Vivo esperando tua volta, debruçada sobre a janela.
Olho por todos os lados e revejo aquela velha estrada,
A qual me deste o derradeiro adeus.
E foi-se para não mais voltar,
A bagagem cheia de silêncios...
Sim, silêncios!
Os mesmos que ao deitar dilaceravam o peito,
ao permanecer inerte
observando a aurora.
As noites a vagar pela imensidão dos pensamentos,
mesmo sem mover-se
do leito.
Os dias nublados pela dúvida, o que fiz ou deixei de
fazer...
O que não foi, o que poderia ser...
Entendo o véu da moralidade, o compromisso, procuro abstrair
os sentimentos.
Relembro as frases ditas, o sorriso sem graça, o pulsar do
coração, as cores rubras das tuas mãos ao clamar pela ajuda dos céus.
Eu também supliquei ao universo, minhas orações viraram mantras...
Nada adiantou!
Eu também supliquei ao universo, minhas orações viraram mantras...
Nada adiantou!
Rasga esse peito e arranca essa dor, esse passado vadio que insiste
em te querer!
Eu quero a sorte dos homens bons, da mente pueril e
tranquila, dos insanos ou inocentes, de quem ama e sabe amar.
Eu quero apenas teu último poema que define toda minha vida.
Arranca de mim tuas reticências, para que não tenha
esperanças e pontue o final.
Amassa o papel da nossa narrativa, pois os contos sempre são
ilusórios.
Vai embora e diga que tudo não passou de uma insensatez...
Ou, não vá!
Não me deixe... Quero ir também...
Vou vagar naquela velha estrada, até encontrar vestígios do
teu regresso.
Há uma ponte em mim, percorre-a e busca a felicidade que te
pertence.
Por
Dany Rocha 23/03/19
Nenhum comentário:
Postar um comentário