Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

sábado, 23 de março de 2019

Regress(AME)




Vivo esperando tua volta, debruçada sobre a janela.
Olho por todos os lados e revejo aquela velha estrada,
A qual me deste o derradeiro adeus.
E foi-se para não mais voltar,
A bagagem cheia de silêncios...
Sim, silêncios!
Os mesmos que ao deitar dilaceravam o peito, 
ao permanecer inerte observando a aurora.
As noites a vagar pela imensidão dos pensamentos,
mesmo sem mover-se do leito.
Os dias nublados pela dúvida, o que fiz ou deixei de fazer...
O que não foi, o que poderia ser...
Entendo o véu da moralidade, o compromisso, procuro abstrair os sentimentos.
Relembro as frases ditas, o sorriso sem graça, o pulsar do coração, as cores rubras das tuas mãos ao clamar pela ajuda dos céus.
Eu também supliquei ao universo, minhas orações viraram mantras...
Nada adiantou! 
Rasga esse peito e arranca essa dor, esse passado vadio que insiste em te querer!
Eu quero a sorte dos homens bons, da mente pueril e tranquila, dos insanos ou inocentes, de quem ama e sabe amar.
Eu quero apenas teu último poema que define toda minha vida.
Arranca de mim tuas reticências, para que não tenha esperanças e pontue o final.
Amassa o papel da nossa narrativa, pois os contos sempre são ilusórios.
Vai embora e diga que tudo não passou de uma insensatez...
Ou, não vá!
Não me deixe... Quero ir também...
Vou vagar naquela velha estrada, até encontrar vestígios do teu regresso.
Há uma ponte em mim, percorre-a e busca a felicidade que te pertence.

                                                                              Por Dany Rocha 23/03/19



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