Enquanto tentava justificar algo,
Em meio suas palavras, eu o abracei.
Senti tão forte o seu corpo...
Senti sua voz atravessar os meus ouvidos, como melodia doce.
Senti sua respiração.
Senti o seu cheiro.
Senti a textura daquela camisa azul que adornava seu ser, meio suada.
Talvez, pelo nervosismo que era ficar frente a mim.
Senti sob o tecido, as marcas de sua pele ao acariciar suas costas com
cicatrizes de velhas histórias, ao mesmo tempo em que vi em seu rosto, toda a
emoção retida em um grito mudo para não deixar expor o redemoinho de emoções
àquele toque.
Senti meu braço roçar no seu...
E vi sobre a minha pele a quantidade de poros estendidos pelo arrepio do
contato...
Que sentimento grandioso...
Meu corpo trêmulo, as mão suadas, o coração
palpitante e um mix de sensações borbulhando no estômago...
Que bom sonhar com você!
Que angústia sonhar com você!
Nessa dimensão eu percebo que a realidade é algoz de nossas vidas.
Sonhos são desejos irreais que inquieta o mais sensato coração.
Não tenho domínio sobre esse espaço que nos separa, pois por mais que
eu tente não querer, você sempre está lá.
E nessa dimensão de certezas e incertezas,
EU de certa forma tenha
consistência em sua vida.
É lá que nosso amor vive. É lá que eu te encontro sempre.
E tudo é tão real, e consistente que chego a imaginar que talvez não
fosse um sonho...
Acordo exausta. Confusa e cansada. Meu peito dói. O coração acelera.
Fecho os olhos, e todos os ambientes se refazem.
Consigo sentir o vento em meu rosto...
As imagens são tão nítidas que chegam a confundir o cérebro.
Há um devaneio entre o imaginário e o agora.
Há um anseio de retornar a esse lugar, de regresso...
Há uma só vontade:
De permanecer para sempre em teus braços e não mais acordar.
Por Dany Rocha 14/02/2020