Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

terça-feira, 28 de agosto de 2018

DOCE ILUSÃO


Teu amor é minha página virada,
Minha utopia em versos vencidos,
Minha estrela guia, a estrela de Davi.
Apenas as palavras mais doces permanecem.
Os olhares marcados do poeta,
Os pensamentos mais íntimos onde cada beijo é uma linha cursiva,
Cada abraço é uma diagramação detalhada dos elementos do teu corpo,
Cada toque, ao acaso, uma frase redefinida...
Esse prenúncio de solidão que desafia meu ser,
É o algoz da minha insatisfação em não poder tê-lo.
São as notas tristes de um solo inacabado...
Um rabisco, no meio de um poema de amor.
Eu renuncio a quem eu tenho sido, para ser quem você é.
Nada me torna mais efêmera, do que o teu coração frágil.
Nada me causa tamanha dor, se o vejo infeliz.
Sei que um dia iremos atravessar o luto por alguém que ainda se encontra vivo.
Certa feita, isso já me ocorreu. Eram laudas de sofrimento.
No verso e no anverso do meu livro amoroso, habitavam narrativas tristes.
Mas, como tudo é conclusivo, eu venci esta dor.
Talvez por ti seja diferente, eu me apaixonei por aquilo que criei.
E aquilo que não idealizei, de algum modo se instaurou em mim.
Foi como se você já existisse em minha vida.
Parece que eu te conheço a milênios...
E cada sonho que tenho contigo, são como “dèjá vus”
Porque conheço todas as tuas reticências, todos os teus silêncios.  
Tenho a sensação de paz, de calmaria apenas em pronunciar o teu nome...
Mas, não é como Cazuza,"o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer"
O meu é real, verdadeiro. Chega a ser insano e ao mesmo tempo sensato!
Sinto falta de sua companhia, das nossas conversas bobas e pueris...
Se eu tivesse apenas sentido como seria ter sido tua.
Eu saberia pelo que eu vinha vivendo o tempo todo,
Sem a liquidez dos amores e a fragilidade do coração humano.


                                                  Por Dany Rocha em 28/08/18

AMOR EM SILÊNCIO

Eu esperei tanto tempo para sentir de novo algo por alguém...
Acreditei que jamais o coração pulsasse novamente.
Mas, eu esperaria uma centena de anos mais por você.
Pois de tudo que vivi, isso me enlouquece completamente.
Nada me preparou para o privilégio de ser tua,
E na verdade, nem sei se você soube do meu amor.
Pois fingir que nunca senti nada na sua frente,
Era o que desafiava o meu corpo, minh’alma e minha mente.
Se eu tivesse sentido o calor que vem do teu toque,
A maciez da tua pele marcada pelas cicatrizes dos momentos,
Se eu tivesse apenas visto teu sorriso quando estava feliz,
Ou a timidez que cora tua face por um lamento. 
Ou como curva teu lábio quando se concentra o suficiente,                                   
Ou afaga o cavanhaque quando tem dúvidas ao escrever...
Ah...Se tivesse perto de ti nas tuas insônias,
Ou quando cansado repousava em prantos...
Ou amanhecido, triste, ferido precisava ser forte...
Ser o norte de outrem, por sorte.
Ah... Como queria...
Eu saberia pelo que eu vinha vivendo o tempo todo,
Pelo que eu tenho vivido, existido, sobrevivido.
Ou pelo que ainda terei que viver com a tua ausência...
Contudo e por certo, precisarei te esquecer...


                     Por Dany Rocha em. 28/08/18

domingo, 26 de agosto de 2018

PARA TI




Eu tentei te arrancar do meu ser, pois sei que é utopia querer-te assim.  
Tu pertences a outro coração...
Eu tentei sufocar os meus sentidos, as minhas vontades e os meus versos,
Porque sei que a cada dia o queria mais, mesmo sem querer.
Me afastei sem pensar, pensando que fosse curar o coração pulsante, 
Mas o afastamento só me causou dor.
Apaguei tuas fotos, te evitei, destruí tuas mensagens, subverti de mim...
Sufoquei meus sentidos, abafei a lágrima, me isolei de ti.
Ao ver-te ao longe, um ‘soco’ no meu coração esmagava o peito, a emoção contida.
Ouvir falar de ti, não me deixava confortável. Era desumano, as palavras algozes.
O contar de tua trajetória em outro universo, o qual eu não pertencia...
E quanto mais relutava em não ouvir, mais insistente eram as palavras ditas...
Como um teste mortal, eu fingia não me importar. 
Mas, eram repetidas as palavras, as quais seu nome era pronunciado... 
E a cada silaba falada, mais a sua presença materializava-se e se fazia presente em meu coração...
Fiz promessa a mim mesma, aos anjos, aos santos.
Eu não queria e nem pensei sentir tantas sensações juntas por um único ser. 
Este ser que talvez nem lembre de minha pessoa...
Fiz o impossível para escapar da cilada... Das emoções que aceleravam meu coração...
Dos pensamentos que insistiam em lembrar de você.
Lembro de cada gesto, daquele sorriso maroto, das tuas emoções escondidas, dos poemas escritos, pelas mãos pequenas, e que nunca foram meus...
Lembro as piadas sem graça, do nosso café... Mas precisava "dessufocar", fugir de ti!
E quando não pensava em ti, ao dormir sua alma povoava os meus sonhos.
E sempre estávamos juntos, sorridentes, como se nunca nessa vida estivéssemos separados. 
Nesses sonhos, havia sempre um jardim, com pássaros e flores azuis. Podia sentir teu cheiro, podia tocar tua pele, podia olhar dentro dos teus olhos e perceber sua alma infante, carente e desprotegida. Nunca como hoje, abafada em um casco humano que tira a leveza do teus sorrisos, deixando-o sem sua cerne e tornando-o, apenas um homem cheio de afazeres e labuta. Triste consciência.
Ao despertar, apenas a aurora ao longe da janela do meu quarto servia de testemunha de minha outra realidade e do quanto eu lutei para te arrancar dos meus pensamentos... 
Se pudesse, te arrancaria agora porque não suporto a ideia de não pertencer a sua alma. 
Pelo menos nessa vida.
Mas... O coração humano é traidor, desconexo... Ama sem autorização!
Basta um sorriso e tudo volta à tona!

                                                Por Dany Rocha em 26/08/18