Teu amor é minha página virada,
Minha utopia em versos vencidos,
Minha estrela guia, a estrela de Davi.
Apenas as palavras mais doces permanecem.
Os olhares marcados do poeta,
Os pensamentos mais íntimos onde cada
beijo é uma linha cursiva,
Cada abraço é uma diagramação
detalhada dos elementos do teu corpo,
Cada toque, ao acaso, uma frase
redefinida...
Esse prenúncio de solidão que desafia
meu ser,
É o algoz da minha insatisfação em não
poder tê-lo.
São as notas tristes de um solo
inacabado...
Um rabisco, no meio de um poema de
amor.
Eu renuncio a quem eu tenho sido, para
ser quem você é.
Nada me torna mais efêmera, do que o teu
coração frágil.
Nada me causa tamanha dor, se o vejo
infeliz.
Sei que um dia iremos atravessar o
luto por alguém que ainda se encontra vivo.
Certa feita, isso já me ocorreu. Eram laudas
de sofrimento.
No verso e no anverso do meu livro
amoroso, habitavam narrativas tristes.
Mas, como tudo é conclusivo, eu venci esta
dor.
Talvez por ti seja diferente, eu me
apaixonei por aquilo que criei.
E aquilo que não idealizei, de algum
modo se instaurou em mim.
Foi como se você já existisse em minha
vida.
Parece que eu te conheço a milênios...
E cada sonho que tenho contigo, são
como “dèjá vus”
Porque conheço todas as tuas reticências,
todos os teus silêncios.
Tenho a sensação de paz, de calmaria
apenas em pronunciar o teu nome...
Mas, não é como Cazuza,"o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer"
O meu é real, verdadeiro. Chega a ser insano e ao mesmo tempo sensato!
Sinto falta de sua companhia, das
nossas conversas bobas e pueris...
Se eu tivesse apenas sentido como
seria ter sido tua.
Eu saberia pelo que eu vinha vivendo o
tempo todo,
Sem a liquidez dos amores e a
fragilidade do coração humano.
Por Dany Rocha em 28/08/18