Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

domingo, 26 de agosto de 2018

PARA TI




Eu tentei te arrancar do meu ser, pois sei que é utopia querer-te assim.  
Tu pertences a outro coração...
Eu tentei sufocar os meus sentidos, as minhas vontades e os meus versos,
Porque sei que a cada dia o queria mais, mesmo sem querer.
Me afastei sem pensar, pensando que fosse curar o coração pulsante, 
Mas o afastamento só me causou dor.
Apaguei tuas fotos, te evitei, destruí tuas mensagens, subverti de mim...
Sufoquei meus sentidos, abafei a lágrima, me isolei de ti.
Ao ver-te ao longe, um ‘soco’ no meu coração esmagava o peito, a emoção contida.
Ouvir falar de ti, não me deixava confortável. Era desumano, as palavras algozes.
O contar de tua trajetória em outro universo, o qual eu não pertencia...
E quanto mais relutava em não ouvir, mais insistente eram as palavras ditas...
Como um teste mortal, eu fingia não me importar. 
Mas, eram repetidas as palavras, as quais seu nome era pronunciado... 
E a cada silaba falada, mais a sua presença materializava-se e se fazia presente em meu coração...
Fiz promessa a mim mesma, aos anjos, aos santos.
Eu não queria e nem pensei sentir tantas sensações juntas por um único ser. 
Este ser que talvez nem lembre de minha pessoa...
Fiz o impossível para escapar da cilada... Das emoções que aceleravam meu coração...
Dos pensamentos que insistiam em lembrar de você.
Lembro de cada gesto, daquele sorriso maroto, das tuas emoções escondidas, dos poemas escritos, pelas mãos pequenas, e que nunca foram meus...
Lembro as piadas sem graça, do nosso café... Mas precisava "dessufocar", fugir de ti!
E quando não pensava em ti, ao dormir sua alma povoava os meus sonhos.
E sempre estávamos juntos, sorridentes, como se nunca nessa vida estivéssemos separados. 
Nesses sonhos, havia sempre um jardim, com pássaros e flores azuis. Podia sentir teu cheiro, podia tocar tua pele, podia olhar dentro dos teus olhos e perceber sua alma infante, carente e desprotegida. Nunca como hoje, abafada em um casco humano que tira a leveza do teus sorrisos, deixando-o sem sua cerne e tornando-o, apenas um homem cheio de afazeres e labuta. Triste consciência.
Ao despertar, apenas a aurora ao longe da janela do meu quarto servia de testemunha de minha outra realidade e do quanto eu lutei para te arrancar dos meus pensamentos... 
Se pudesse, te arrancaria agora porque não suporto a ideia de não pertencer a sua alma. 
Pelo menos nessa vida.
Mas... O coração humano é traidor, desconexo... Ama sem autorização!
Basta um sorriso e tudo volta à tona!

                                                Por Dany Rocha em 26/08/18

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