Eu tentei te arrancar do meu ser, pois sei que é utopia
querer-te assim.
Tu pertences a outro coração...
Eu tentei sufocar os meus sentidos, as minhas vontades e os
meus versos,
Porque sei que a cada dia o queria mais, mesmo sem querer.
Me afastei sem pensar, pensando que fosse curar o coração
pulsante,
Mas o afastamento só me causou dor.
Apaguei tuas fotos, te evitei, destruí tuas mensagens,
subverti de mim...
Sufoquei meus sentidos, abafei a lágrima, me isolei de ti.
Ao ver-te ao longe, um ‘soco’ no meu coração esmagava o peito,
a emoção contida.
Ouvir falar de ti, não me deixava confortável. Era desumano,
as palavras algozes.
O contar de tua trajetória em outro universo, o qual eu não
pertencia...
E quanto mais relutava em não ouvir, mais insistente eram as
palavras ditas...
Como um teste mortal, eu fingia
não me importar.
Mas, eram repetidas as palavras, as quais seu nome era
pronunciado...
E a cada silaba falada, mais a sua presença materializava-se e
se fazia presente em meu coração...
Fiz promessa a mim mesma, aos anjos, aos santos.
Eu não
queria e nem pensei sentir tantas sensações juntas por um único ser.
Este ser que
talvez nem lembre de minha pessoa...
Fiz o impossível para escapar da cilada... Das emoções que
aceleravam meu coração...
Dos pensamentos que insistiam em lembrar de você.
Lembro de cada gesto, daquele sorriso maroto, das tuas
emoções escondidas, dos poemas escritos, pelas mãos pequenas, e
que nunca foram meus...
Lembro as piadas sem graça, do nosso café... Mas precisava "dessufocar", fugir de ti!
E quando não pensava em ti, ao dormir sua alma povoava os
meus sonhos.
E sempre estávamos juntos, sorridentes, como se nunca nessa
vida estivéssemos separados.
Nesses sonhos, havia sempre um jardim, com pássaros
e flores azuis. Podia sentir teu cheiro, podia tocar tua pele, podia olhar dentro
dos teus olhos e perceber sua alma infante, carente e desprotegida. Nunca como
hoje, abafada em um casco humano que tira a leveza do teus sorrisos, deixando-o
sem sua cerne e tornando-o, apenas um homem cheio de afazeres e labuta. Triste consciência.
Ao despertar, apenas a aurora ao longe da janela do meu
quarto servia de testemunha de minha outra realidade e do quanto eu lutei para te arrancar dos meus
pensamentos...
Se pudesse, te arrancaria agora porque não suporto a ideia de
não pertencer a sua alma.
Pelo menos nessa vida.
Mas... O coração humano é traidor, desconexo... Ama sem
autorização!
Basta um sorriso e tudo volta à tona!
Por Dany Rocha em 26/08/18
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