Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

CARTAS PARA ELE II

 


“Eiiii...”  Era assim que iniciavam nossas conversas...

Um papel, uma caneta e uma taça de vinho.

Eu sabia que naquelas noites inquietas o sono nunca vinha...

Era um desespero gritante em meu ser, que não aliviava.

Tu sempre afloraste “coisas” em mim que eu nem sei.

Eu fico assim, estremecida.  

Pensando em tudo que houve e o que não houve entre nós.

Um jeito meio louco que me pegou de surpresa, 

que me "abobalha" e me causa medo.

Causa-me sensações adversas...

Tento apagar tuas memórias no dia a dia, 

Abarrotando os pensamentos em outras histórias.

Mas, ao dormir tu estás presente outra vez em meus sonhos.

E são tão reais que chego a sentir o teu cheiro, sentir o teu toque, 

O leve sorriso que sempre me dava. 

O levantar da sobrancelha ou o toque no queixo...

É algo surreal, inimaginável.

 Meu coração se enche de alegrias e de dor ao mesmo tempo.

Dor em saber que tu te encontras longe e que jamais estará perto,

Dor pois só povoa a minha mente. 

Se fazendo habitar em meu ser,

Em meu coração que chove em uma triste sinfonia, 

Palpitando a cada lembrança tua.

Sabe, quantas vezes eu hesitei para não te procurar, 

Para não pensar em ti, esquecer de vez! 

Quantas mensagens eu escrevi e apaguei...

É tanta saudade de ouvir a tua voz, de sorri das tuas conversas, 

De te olhar por um momento, de saber do teu dia.

Um papel, uma caneta e agora um café...

Já é quase outro dia, os pássaros cantam, o sol começa a nascer.

E eu, preciso acabar com essa vertigem, esse desassossego.

Eu nem sei se lembras mais de mim. 

Eu nem sei se algum dia lembrou... 

Talvez nunca saiba...

E sozinha sigo...

Vamos de novo, tentar (sobre) viver, acordar para mais um dia. 

Um de cada vez...


                                                      Por Dany Rocha      em : 22/01/21