Escreve...
Pois a única forma de saber de ti
É te ler por dentro
É te abraçar em tuas lembranças
E te ver dar as costas e te ver partir
É saber de ti o que outros não conseguem ver
Pois só para mim és um livro aberto
É aceitar uma só vida
E saber que tu és inacabável em mim
E acreditar que existirá uma história
Em algum lugar do tempo
Vez por outra, sou traída por pensamentos
E sobrevivo...
Faço planos de nós dois
Na madrugada, a ti encontro
Ainda sinto o teu perfume, no vazio que desagua em mim
Fecho os olhos, é tão singelo este momento
Das brincadeiras pueris só para tocá-lo
Do riso sem graça,
Das piadas bobas,
No entanto, o que mais queria era tocar tua alma
Da mesma forma que ainda toca a minha
O que ficou é muito mais do que silêncio!
Quantas vezes olhei a tua foto escondida,
E guardei-a na minha nuvem virtual.
Quantas vezes escrevi textos,
E apaguei-os na sequência, por anseio de não ser compreendida...
Quantas vezes pronunciei o teu nome
Ou liguei para ouvir tua voz.
Quantas vezes... E quantas...
E este grito mudo, que apago e engano
São palavras retidas em um turbilhão de sentimentos
Que sufoco-as no leito em que um dia tu há de pousar...
Por Dany Rocha 14 /06/19
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