Letras, palavras, frases...
São tudo para quem escreve.
Ou quase tudo para quem expressa a vida e os dissabores.
Para quem domina a
arte dos galanteios, para quem brinca de criar um mundo paralelo a sua real
condição.
Para quem finge não sentir, sentindo. Não querer, querendo. Não
amando...
É como a linha, o dedal, o carretel, a agulha para a costureira.
É como prever, organizar, comandar, coordenar e controlar uma empresa, em sua
eficácia e eficiência para um administrador ou mesmo retrocedendo, ao giz, à
palmatória, a velha lousa para a Normalista de tempo atrás.
Palavras... Não apenas um emaranhado de letras a aglutinar-se
em orações que por vezes, não fazem sentido. São as memórias, o grito surdo do
poeta enamorado. O seu clamor!
Palavras... Não apenas as ricas rimas do poema ao mal
perfeito. A liquidez dos amores vãos e a solidez dos amores platônicos. Ou as
estrofes transloucadas de um amor servil contrapondo-se ao soneto do amor
passional.
Palavras... São
meus versos em dias tristes. Meu olhar fatigado em busca de descanso. O meu
silêncio em poesia. O meu corpo suado... A caneca de café, a taça de vinho
tinto. A minha saudade em você.
Palavras... São os vazios dos meus dias. O trabalho que
me consome. A espera que se estende. A lembrança do teu cheiro. As nossas conversas. A cova do teu
sorriso. Uma noite sombria em minha cama, a vontade de ouvir a sua voz, mais
uma vez...
De que me valem as
palavras e os meus sentimentos, se minhas frases são ilusórias, os meus textos
são rasos, desconstruídos em parágrafos de amarga dor?
De que valem os meus escritos, se eles apenas contam o
romance inacabado, frio e as reminiscências de sua imagem e o pouco que tivemos povoando os meus
pensamentos.
De que vale toda a inspiração poética, se eu escrevo por
você e a mais linda poesia, você escreve para outro alguém?
E nesse instante
profetizo... E se verdadeiro for, irá voltar...
E das palavras
singelas que escrevo, por todo amor do mundo: Ser meu, você irá.
E não apenas só
palavras, nem tão pouco versos simples, parágrafos em desordem, narrativa em desatino, estrofes ou
sentimentos de insensatez. Mas, uma história para o futuro, com começo, meio e
nunca fim. De um amor eterno, vívido e de muita solidez.
Eu em você e você em
mim...
Por Dany Rocha 04/05/2019
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