Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

SEGUIR VOCÊ



Seguirei...
Inconsciente das questões do amor.
Seguirei em rastros, cansada, frígida...
Contemplando unicamente meu doce dissabor.
E como quimera ilusão, que queima, arqueja e fraqueja no meu pobre coração,
Mesmo assim, te seguirei...
Sentindo-me frágil e forte, doando-me, esquivando-me da vida ou da morte, nessa tão injusta aos adoradores da sorte, do mundo obscuro que plumaste a mim.
Seguirei...
O destino nefasto, o riso, o pranto, a dor, talvez o desatino e a própria desordem,
Desses olhos tristes e inquietos que são teus, destes teus anseios que usar-te como suporte,
E desse modo inconstante de menino que finge e reluta...
Seguirei...
A bruma reluzente, o beijo amargo e estridente, a desilusão do declarmar em noite lunar inconsciente que mesmo insano foi simplesmente um declarar.
Olhos nos olhos atônitos, boca vazia de vocábulos... E o ambiente passou a ser testemunha de uma platonicidade... Minha talvez.
Seguirei...
Os rumores de tua vida vazia, ostentada e ausente. As declarações de vida, a confiabilidade, o estorno... O abandono depois, veemente...
Lealdade mais que fidelidade insistente, o suporte, o menino- homem somente.
Nessas madrugadas frias que te tinha tecnologicamente e que depois se concretizava num sonho dionisíaco...
Seguirei...
E a cada dia que por encantamento beirava os afazeres para ir ao teu encontro e passar noites a fio em tua companhia infante, surgem às dúvidas, lamúrias e confissões...
Foste só e desnudo de uma armadura que somente eu conheci.
Foste como um rio que corre na nascente, e ao final desemborca no mar do consciente.
Seguirei meu caminho... E seguirei o teu.
No mais puro silêncio que transporta toda a imensidão de um coração que sofre.
Verei tuas jornadas agraciadas, teu sucesso, tuas reverenciações...
Verei teu brilho não ofuscado que no fundo se mancha de insólitos desejos obscuros...
Verei teu êxtase, como vi um dia. Mesmo que inanimado...
Agora, te seguirei...
Terei reminiscências de outrora, de nossas vidas, do brilho de nosso amor na aurora,
De um passado esquecido, porém vivido e de futuros banais.
Segurei teus passos de mansinho...
Em cada ambiente alcoólico, em cada copo de colarinho, dessa loira alucinógena ou do sulco da uva branca em que as rolhas eram colecionáveis...
Tentarei resgatar tuas lembranças, teus gostos, tua esperança, presença inoportuna em meus pensamentos...
Trajetórias insuetas, relutâncias de carinho... Duelo!
É como num fogo cruzado, que vive mascarado em um centímetro de uma “personagem” atrás de mim... Bem próximo... Ruas, avenidas, alamedas... Não... Próximo demais... E acreditas que a ama.
Por isso te seguirei...
Vou te proteger de longe... Pobre expectador.
Personagens são apenas “personagens”... No palco da vida, não são artistas a existência toda...
Protegerei-te disso e te amarei mais ainda, mesmo a distância...
No orgulho, no dissoluto, no desejo reprimido de um homem por sua mulher.
Ignóbeis!
No odiar por lembrar que uma mazela... Pôs tudo um fim...
Desfaleço...  Esqueço e ponho uma reticência nesse final... Sem mais apenas simplesmente escrevo.
E é por isso que te seguirei...
E seguindo, quem sabe, se no fim dessa jornada não te encontro?
Retornarei meu ócio e sorrindo entoarei um cântico: “Seguir-te-ei a vida toda e por fim te resgatarei!”


POR DANY ROCHA 04/01/2013


                                                            


Nenhum comentário:

Postar um comentário