Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

sexta-feira, 8 de maio de 2020

DÚBIA



Abro o blog e as palavras fogem de mim.
Eu olho sua imagem, guardada a sete chaves em um velho relicário.
Fito-o longamente, certa que por instinto algo irá me dizer...
Busco emoções escondidas no passado pelas lembranças vividas,
Nas entrelinhas de nossas conversas procuro um consolo qualquer...
Faz algum tempo que não o vejo.
Resolvi trancar com amarras o meu coração.
Isolei-o da tua presença, mesmo que isso me doesse às profundezas de minh’alma.
Fecho os olhos cerradamente e me reporto a mais completa escuridão.
Nesse instante, consigo ouvir a tua voz soando como melodia tênue aos meus ouvidos...
Minha percepção vai além e consigo nitidamente sentir o teu cheiro e ver o teu sorriso...
Sinto um formigamento em minhas mãos, que descem aos pés e parecem querer levitar-me.
A lembrança da tua face, dos teus olhos castanhos e do teu sorriso acalma meu cerne vazio.
Escorre- me lágrimas, como se elas acariciassem minha pele...  Acalentando-me.
A cada dia eu luto para esquecer-te.
A cada segundo me pego pensando em ti.
É uma tortura insana. Meio utópica.
Não tenho consciência se isto é dor ou ilusão.
Se é certo ou errado.
Se meu sentimento te abomina ou se tens medo...
Se confesso este amor ou se finjo não sentir...
Se fujo de ti ou o encaro.
Eu não sei o que fazer! Não compreendo a mim mesma.
Só posso escrever. Que a minha subjetividade amenize o objetivo inalcançado.
Que minhas orações sejam ouvidas,
Que meus sonhos me levem para junto de ti,
Que a felicidade finalmente nos encontre...
“Eu sei é tudo sem sentido...” Como divagou o poeta Renato Russo. 
Às vezes não faz sentido.  Às vezes, nada tem nexo ou tudo é muito obsoleto.
Talvez o amor esteja em desuso.  
“Deixa eu brincar de ser feliz’’,
Querer e não poder... Imaginar... Fingir... E ir...

                              Por Dany Rocha   em : 08/05/2020

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