Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

sexta-feira, 2 de julho de 2021

ABSTINÊNCIA


 

Outra madrugada. Caminho pelo quarto e deito novamente...

Nada diminui a ânsia que transpassa em mim.

Sinto uma dor tamanha que dilacera o peito.

É algo que pulsa o coração e sobe como se quisesse regurgitar

Os lábios cerram e a boca seca...  A garganta arde como se quisesse gritar!

Um grito mudo, porém, histérico não enunciado

Queria poder falar ao mundo daquilo que criei sobre nós

Queria ter certeza que eu não senti sozinha...

Palavras são desnecessárias à imensidão do momento.

A mente, mente querendo não lembrar.

Mas, tudo o que me vem ao pensamento é o teu sorriso.

A imagem que tento matar a cada dia das minhas recordações,

Sufocando os sonhos não vividos, querendo não querer-te...

De súbito, insistentemente voltam aos meus sentidos

E apodera-se de mim, do meu ser, da minh’alma.

E o que pensava estar resolvido, excluído de vez,

Estava adormecido em algum lugar em mim.

Enquanto isso, o sono não vem. Penso em ti, em nós.

Amanheceu e permaneço na amarga insônia diária.

Sinto calafrios internos, e não suporto essa abstinência de ti!

Eu desisti de ti ao fugir de sua vida, - Sim, fugi - eu era de mais nela.

Talvez, nunca saibas o que é sentir como eu... Assim, dessa forma insana...

Mas, tu estás marcado como uma cicatriz em meu ser,

Uma tatuagem cravada a ferro em brasa.

E não há nada que eu possa fazer para libertar-me de ti

Pois, a tua presença se faz necessária como um sopro de vida em mim.

E essa droga alucinógena que é o amor, me torna uma dependente química.

Que precisa desintoxicar-se das ilusões,

De um dia, me amar de verdade.

                                                          

                                        Por Dany Rocha     em 02/07/2021

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