Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

CARTA AO AMOR ESQUECIDO


E nesse silêncio que me rouba a alma existencial,
Percebo que todas as tentativas de retroceder no tempo,
Só me trouxeram mais sofrimento por não aceitar a triste realidade...
Perdi você!
Perdi ou nesse exato momento, estou abolindo da chance de retomar
e reverter o quadro lastimável em que me encontro.
Sucumbi aos submundos, desci ao mais baixo nível da degradação.
Subir ao êxtase, e não consegui mascarar a falta que você me faz...
E mesmo assim, fingindo, um vazio tomava conta de todo cerne existencial.
Era apenas vazio que existia,
o cotidiano nefasto dos momentos de embriagues platônicos...
Rodeada de superficialidades, com uma alma exarcebada, perdida e ao mesmo tempo plena, insisti em coisas simplórias...
Sereno observar e enfático o vivenciar do por do sol, ao canto dos passarinhos, ao desfalecer do horizonte... Fui sozinha.
E na madrugada tudo se consome...
Como agonias gritantes, frias, suas reminiscências sombrias pairavam em meu leito mórbido no qual eu não dormia.
Mas nada se concretizava.
Apenas, o grito amargo do silêncio que se faz companhia na insensatez do poeta que chora...
Verti lágrimas por não sentir mais a existência divina em sua credulidade à minha pessoa;
Verti lágrimas por não encontrar o vértice da imensa transbordância de limitações entre o EU e você...
Idiotificada segui.
Sempre acompanhando sua ascendência intelectual...
Sorria, ficava feliz!
Mas, as transcendências e as lembranças eram tão presentes que sentia teu cheiro por todos os cômodos da casa...
Pegava um periódico, sentia o cheiro do papel e podia sentir tuas palavras, ouvia a sua voz... Sentia como se estivesse vendo-o, ouvindo-o a cada linha lida... Era mágico...
Era mágico o desejo de senti-lo mais uma vez comigo, uma única e finda vez!
Porque sabia que não mais seria possível recomeçar o que um dia foi começado e eu deixei escapar... Deixei ir... Por infinidades de itens...
Por medos, incertezas, convencionalidades...
Não sei! E você se foi...Talvez, para sempre por que já faz parte de outra realidade, de outra pessoa.
Lamentos insanos quando ouço nossa música, pelo menos para mim... Mas sei que também lembra, é o que me mantém viva por nossa história não se acabar assim...
E mesmo senis, nós dois...
Quando tocar aquela “música”, lembraremos um do outro...
Lembraremos de tudo que foi e o que poderia ter sido.
Pois o sentimento não pede palavras, nem ações...
Essas coisas se perdem com o tempo...
E o que fica? O que fica é isso: Eu gostar de você e você lembrar-se de mim...
Pela eternidade, eu fiz parte de sua história... Isso já me basta!

                            Por Dany Rocha  em 06/11/2013

Um comentário:

  1. Vi um pouco de mim nesse poema. rsrsrs, acho q todo ser humano passou, passa ou passará por momentos como esses que vc descreveu, Dani. Abraço.

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