Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

UM "CERTO" HOMEM



No gozo de tuas entranhas,
Eu fui teu amor.
Teu EU...
Teu calor.

No momento sublime,
Tua vida.
Na ilusão do passado...
Teu farol.

No teu sorriso,
Fui tua imensidão.
Inexplicavelmente...
Tua resposta.

Na lamuria,
Das tuas decepções...
Tua âncora infante.
Teu brilho, diamante.

Fui o que sempre sou,
Amiga... Amante...
Uma fêmea...
Com homem errante.


 BY DANY ROCHA      09/10/08

AMOR DE VERÃO


  Reestrutura...
Vida minha.
Afasta nefasta!
O que fazes de mim?

Regozija...
Amena imposição.
Que insana!
Estúpida ilusão.

Decepção...
Cilada do coração.
Maturidade, não!
Infante emoção.

Amarguras...
Poemas, partituras.
Longe de mim!
                                  Amor de verão...                                 


Por DANY ROCHA 29/09/08.

AMOR PROFANO



De que vale,
Olhares marcantes,
Beijos sedentos,
Carícias profundas,
Gozos estridentes...

Quem te quer,
Quer teu corpo,
Quer teu fogo,
Quer teu sexo,
Descarregar a tensão...

Quem te deseja
É quem pode pagar-te uma noite.
Quer apenas prazer
Volúvel prazer...
O momento fugaz...

Quem te toma
Não quer te levar 
Na lembrança.
Não quer desejar um retorno
Aos braços, outro abraço...

Quem te ama
Sabe esperar,
Não usa o beijo
Para te excitar,
Nem o corpo ao apego...

Quem te ama 
Vê tua essência,
Tua carência,
Sofre tuas tristezas
Ao teu riso alegra-se...

Tudo que vejo,
Tudo que espero,
Tudo que escrevo,
Tudo que sinto,
Tudo que faço. 

Tudo por tudo...
Tudo não significa nada...
Mas talvez,
O teu nada,
                                           Signifique tudo...                                           



Dany Rocha /01/09/08.

BEM VINDO... RENASCER!


Um novo dia chegou...
Eu estive esperando por tanto tempo
Pela chegada de um milagre... 
Todos me diziam para ser forte,
Não chore menina...
Pela escuridão e por bons momentos
Eu sabia que eu poderia fazer...
E o mundo pensou que tinha tudo
Mas eu estava esperando por você!
Eu vejo uma luz no céu
Oh, isso está quase me cegando.
Eu não posso acreditar
Eu fui tocada por um anjo... 
Deixe a chuva cair
Levar minhas lágrimas
Deixe isso suprir minh’alma,
E afogar meus medos
Deixe isso destruir as paredes para o novo,
Um novo dia, um novo sol...
Um novo dia chegou
Onde havia escuridão agora há luz
Onde havia a dor agora há alegria
Onde havia fraqueza,
Eu encontrei minha força
Oh, nos olhos de um garoto...
Um novo dia chegou...


(A New Day Has Come - Inspired Celine Dion)

           DANY ROCHA 29.08.08.

ANGÚSTIA



Instável... Inconsciente...
Amarga bebida.
Sorte, sofrida.
Ímpeto.

Clareza das dores. 
Fortes rumores.
Das noites...
Mal dormidas.

E a amiga, querida.
Não sei dizer...
O por quê?
Vida empedernida...

Aos fatos, anseio.
Ao tempo, permeio.
Insone madrugada,
Busco solução...

Se choro ou se canto,
Na vida o acalanto,
Faz-me, entender...
Angustiado ser.

Se lutar, não posso.
Viver com remorsos,
Meus livros destroço,
Na dor do querer...


Dany Rocha 05/10/08.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

EU SEM VOCÊ


Às vezes, ponho-me a imaginar...
O que fazes, agora
Longe de mim.
Pensamentos devolutos...

A lembrança do teu olhar,
Do teu sorriso...
Lembro-me ainda,
Das madrugadas frígidas.

Sinto-me vazia.
Solidão efêmera...
A melancolia me toma 
Em seus acalantos.

O pranto é a dor,
Tristeza é meu desatino,
Saudade o meu destino,
Esperança minha ilusão...

Ame como possas
Ame a quem possas
Ame a tudo que possas 
Mas ame sempre...

Lembranças insanas,
Um triste poema
Um corpo inquieto...
Num coração que ama.


 DANY ROCHA 02/09/2008.

O OPOSTO SABER


Meu corpo está cansado.
Oh! Quanta exaustão.
Letras português...
Depois administração.

Se na vida errante,
Beber é constante...
A sapiência domina,
És louvação.

Paradoxais...
Estudos à fio.
Provas... Seminários...
Vários desafios.

Os cálculos fascinam.
Poemas... Alucinam.
É sábio o saber.
Basta querer.

Poemas são flores.
Administrar são valores.
Conhecimentos...
Dispersos.

Não desanimo... Quem diria?
Viver e depois sonhar...
Resenhar os balancetes e
Contabilizar as poesias...




                DANY ROCHA   11/10/2008.

MEU LIVRO, MEU AMIGO, MINHA POESIA...


Um livro não é simplesmente um amigo.
Em sua grandeza e sapiência, 
Pode tornar-se um ente querido...
Dependendo como o encaras.
Um amor? Talvez...

Conforme tuas ideologias, 
Adentramos a lugares imaginários...
Deparamo-nos com anseios, desejos, 
Alegrias e emoções...
Tudo através da escrita. 
Do teu momento literário - teu EU!

Saciando a fome inesgotável do pensamento... 
Explicito nas páginas, 
Em versos ou em prosa...
Deixar o grafite correr... Sobre o papiro...
Filosofar ou escrever...

Em épocas ou mundos imaginários...
Surreais... 
Simplesmente amar...
Literatura? Panfletos ou jornais...
Que importância há?

Descrever as batidas do coração.
Dar asas... Sair do chão...
Soprar ventos no deserto...
Teletransportar-se. 
Ao relato... Imaginar...

Trilhar caminhos incertos
Ler... Escrever...
Pintar arco-íris de rimas,
Brincar com palavras...
Salgando lágrimas,
Adoçando beijos,
Testando sabores,
Aguçando desejos...
E temperar frases com 
Gosto de poesia...



  Por Dany Rocha... 11/09/2008

SABER EXISTIR


Difícil falar, ser poeta, ser humano apenas...
Ser humano é uma batalha constante na vida, 
pois não basta estar vivo, ter suas funções naturais ou vitais.
É preciso mais que isso, para se compreender que as pessoas têm deficiências. 
As pessoas são seres frágeis, inconstantes, intransigentes, são apenas e simplesmente pessoas...
Indivíduos com pensamentos, ideais, com filosofias de vidas diferenciadas, 
questionadas ao longo de sua existência, se são os certos ou errados...
Como sabermos das certezas? 
Dos acertos, se a cada dia estamos à prova de uma vida, da sobrevivência do ser? ...
Do seu próprio eu... 
Uma guerra constante como um soldado ferido, mas lutando pela vida. 
Pela capacidade de fazer valer a sua decadência em estar ali, lutando firme...
Sobrevivência... Eis, uma palavra chave na ideologia de muitas pessoas.
Não se deve apenas nos deixar calar em sentir desejos,
ter anseios ou demasiadamente ter ilusões. É preciso mais... 
Ter com certeza, um objetivo para que nossa passagem na terra não seja um mero acontecimento. Devemos deixar raízes profundas, deixar feitos que possam serem lembrados como estímulos de persistência, de realizações de orgulho para nossas gerações vindouras. 
Também, devemos ser maleáveis.Porém, não nos cobrarmos tanto, nem exigirmos o comportamento perfeito para tudo... 
Devemos transcender, admitir que mesmo sendo seres perfeitos a imagem de Deus, erramos, omitimos e pecamos...
Nossas vidas são como mares, em altas e baixas estações, oscilam diante de um problema, regojiza-se perante um feito gratificante. 
Somos e não podemos deixar de ser - seres humanos, animais racionais e irracionais, às vezes... 
Compreenda a natureza de alguém e veja quão grande a complexidade das pessoas. 
Nossos medos e incertezas em seguir em caminhos desconhecidos, em lugares não explorados... Assim, são as pessoas... 
E consequentemente assim, em algum momento é você... 
Mude, só você pode definir seu destino e dar um desfecho positivo a sua existência...

                 Por  Dany Rocha em  12/08/2008

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

ASSIM SOU...


Por muitas vezes,
Tentei me entender...
Analisei-me.
Não me entendi.
Busquei minhas verdades,
Mesmo ao seu lado.
Embora que distante...
Sufoquei minhas vontades,
Num choro...Num pranto...
Não me entendi.
Não me pergunte quem sou.
Sou o que você não vê...
Não tente entender...
O que nem eu consigo saber.
Defino-me assim: Indefinida.
Num sussurro ...
Na embriaguez...
Num sorriso...
Nas mãos de Dionísio...
Na minha mera timidez.
Não me entendi...
Meio mulher, 
Um tanto criança,
Um pouco velha...
Cheia de esperança.
Não estou pronta, 
Vivo inacabada...
Não sou inteira, 
Sou partes encaixadas...
Não me sacio, insatisfeita eu vivo...
Não me entendi...
Me escrevo e reescrevo, 
Não quero o meu final,
Estou na metade do capítulo...
Não sou um poema somente, 
Sou um romance.
Sou paixão personificada, amor em minha essência.
Sou saudade do que não tenho...
Lembrança do que já tive.
Ausência...
Sou solidão, eu não nego...
Um tanto insana, me confesso.
Não me entendi.
Tenho medo, mas sou valente...
Às vezes caio, outras, escorrego.
Não me tente, eu me entrego...
Sou parte do mar, muito do céu, 
Meus pés vivem no chão...
Mas o meu coração vive ao léu....                                 


                                  Dany Rocha   14/09/08

domingo, 9 de setembro de 2018

QUANDO SE ESCREVE



Quando se escreve,
Não se escreve apenas algo que se inspira nos papéis...
Não se escreve, apenas porque o poeta necessita escrever...
Não se escreve porque é práxis, constância...
Quando se escreve,
Se escreve a alma, a dura alma que emancipa a vida, todos os dias...
Quando se escreve,
Se enfoca os desejos, o enfoque do Eu supremo em quase quartéis...
Quando se escreve,
Algo como a essência se esvai...
Eclodem em frases que apenas almas puras podem compreender...
É falso dizer que o poeta finge ao escrever...
Muitas vezes, se mescla a realidade em detrimento a fantasia.
Talvez, por medo.  Elemento austero...
Medo de ser descoberto e nessa descoberta, fraquejar...
E nessa volúpia de quase um transe, se coloca em agonias.
Não!  Jamais seu objeto de inspiração poderá saber que aqueles versos seriam para ele... Ou que em algum sonho, sorveu tamanha inspiração...
As dores do sofrimento apenas reagem.
Configura-se em uma dor de quem perde algo, o esplendor.
E na trajetória sofrida, nada e nem pessoas interagem.
Sente-se a solidão, o medo e a dor.
E nada que se faça, toma substância...
Apenas, momentos de inquietudes e inconstância...
O poeta externa, eterniza a dor e o amor,
A quimera ilusão do poema.
O ser ilusório amado...
A tristeza se apodera do ser!
Uma loucura insana transborda...
Numa alma frágil que não discorda,
Esvai-se com isso, sua escrita, a fé e a vontade de viver!

                                                                        POR DANY ROCHA 09/09/18

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

ESSA DROGA DE MODERNIDADE – Um diálogo sofrido entre o ser e o não poder ser



O despertador do celular toca. São 5h e 45mim da manhã. Anuncia que por hoje é hora de dormir para então, no outro dia retomar a jornada de estudos...
Olho em minha volta e percebo que já faço isso por longas semanas, e que se tornaram práxis.
Olho novamente o relógio, e percebo que já é domingo... Então se passou todo o final de semana, em que outros tomam como descanso, sem ao menos eu perceber...
Entre um trago de cigarro ou outro, paro por um ínfimo momento ao ver a fumaça se dispersar no final do quarto...
Olho ao redor e vejo apenas um amontoado de livros e apostilas, restos de comida, uma taça de Merlot e ao longe o brilho vermelho da luz na bateria do celular recarregando... Sinto-me só...
Sinto que falta algo mais, para que eu esteja hoje e agora, buscando conhecimento e aprimorando o que eu já detenho, por uma causa.
Reminiscências povoam meu inconsciente vazio de emoções...
Ao mesmo instante, me faz questionar os porquês de tudo isto.
Abro a janela do meu quarto e vejo os respingos da garoa que já se despedia de uma noite chuvosa.
Questiono sobre tudo, os motivos de tudo que vivo...
As consequências... Os anseios, os medos... Tudo!
E como em um “flashback”, o filme de minha existência assiste ao cair da minha inexistência pessoal:
Lembrei de meus avôs. Aprendi que a maior das lições pode ser absorvida ao lado de uma pessoa mais velha. Que as experiências senis se aglutinam em nossas vivencias e geram conflitos em nosso próprio Eu.
Existimos por algum processo, por algo que a vida nos reservou desde o dia que viemos ao mundo. Espiritualmente falando, retornamos para resgatar e evoluir. Existe um Ser Supremo dono de nossas vidas, de nossos destinos. Nada é por acaso...
Refletindo assim, chego a comungar com as ideias de que somos individualmente falando, frágeis demais para compreender a natureza humana. Somos incapacitados para assumir nossa própria vida.
Pessoas vão e veem o tempo todo. De forma aleatória em nossas vidas, essas pessoas chegam para nos preencher da capacidade em aprender que, apenas através da vivencia é que podemos ser capazes de escolher o que realmente somos e, para que realmente vimos ao mundo e mais ainda, de qual ordem fazemos parte. É eu sei, é complicado...
Aos anos que vivi, percebo que como ser humano que sou, sou falha.
Sou inerte a situações constrangedoras. Aquelas nem um pouco esperadas ou cogitadas pelos anos afora, as quais eu tive que passar.
Desde o meu nascimento, marquei território e quem está me lendo, também marca o seu próprio lugar, de certa forma.
Sobrevivi numa selva sem fim, onde todos buscam sua real existência.
Tive momentos gloriosos, como também, “desossifiquei-me” de dor, de pranto. Como qualquer criatura de corpo, alma, sangue e coração... Nesse caso, você!
Não falo em dor meramente física, mas da dor inexistêncial, pois é impossível decifrá-la, dor da alma, que não acalma...
O ser humano é sensível. É um pedaço de material bruto não perecível, pois ao ser agredido, se torna como um cristal que mesmo colado, lapidado novamente, não consegue ter as ramificações do brilho perdido da pedra bruta pela queda... Quebrou? Não se reestrutura jamais... Ficam os estilhaços, fincados... Tatuados na matéria como em nossos sentimentos… Alguns humanos são assim.
A massa feminina e alguns poucos homens também são assim... A outra parte encoberta pelo machismo existencial, preferem ficar calados... Muitos deles, anulados, visíveis marionetes do sistema, se corroendo em emoções que deliberadamente em seus pensamentos, não os pertencem... Sofrem e sofrem muito... Mas, não cabe bem demonstrar fraqueza. São os machos. Os alfas...
E existe um sexo frágil para tudo isso? Haveria diferenciação entre o ser homem, mulher, menino, menina, homossexuais, transexuais, bis, lésbicas, se ao final somos todos carne e espírito de um mesmo corpo, criados por obra de um mesmo PAI? Saberíamos ao certo dizer a pessoa, seja ela quem for quando exprimimos sentimentos ao outro?
Habitualmente, o ser humano está condicionado a não exercer o papel de fragilidade diante do outro. Isso porque, em um mundo competitivo em que as máquinas e o sistema de informação tecnológico tomaram conta de tudo e de todos, massificando um comportamento eletrônico, virtual e mecânico, não há espaço para sentimentos.
Nas redes sociais, amigos de uns “trocentos” outros amigos... Pessoas populares nessas redes, ao fim do dia, encontram-se sozinhas como eu ou como você. Baladeiros, curtidores de festas e eventos, nessa hora “H” estão sozinhos. Apaixonados com a liquidez dos relacionamentos, com as inúmeras listas de ficantes ou “crushs” virtuais, extravasando nos twitters, nos instagrans ou afobando-se no famoso “zapzap”... Estarão todos eles, sozinhos como eu...
E o que seria o Eu dessas pessoas hoje, se não o EU sistemático de uma sociedade condicionada pela “idiotifiocação” humana, em desconsiderar coisas simplórias como ir ao cinema, ao teatro, escrever seus manuscritos poéticos em um velho caderno esquecido em uma gaveta qualquer?
Seria piegas? Seria ultrapassado dizer que ama? Seria demais querer um jantar a luz de velas ou mesmo fazer compras, juntinho com o ser amado em um supermercado da esquina?
Seria demais acreditar que dentro de um fosso imundo de ideologias baratas e abstratas, ainda sim, o ser humano luta pelo amor? Luta por se dar e doar-se ao ser amado?
Porque ao invés de longas digitações, utilizando o famoso “ctrl+v, ctrl+c” da vida digital, pegando pensamentos subscritos de outros pensadores com frases feitas e clichês, não chegam simplesmente no outro e dizem: Eu amo você!
Porque ao quimerizar o homem ou a mulher ideal, somos tão medíocres ao ponto de confrontarmos nossos desejos aos parâmetros preestabelecidos de uma sociedade, que busca uma Angelina Jolie e um Brad Pitt para ser a sensação do momento? O casal perfeito que a sociedade deseja e que a Igreja estabeleceu... Longe de mim, tecer qualquer comentário sobre religião... Mas, é muita HIPOCRESIA, medir o amor entre as pessoas pela idade, pelo perfil social, cultural, cor, raça, sexo e ideologias. Só falta perguntarem para que time os dois torcem...
Onde ficou o romantismo? Onde está a verdadeira força vivida que é o amor entre as pessoas? Nesse diálogo, falo de amizade, amor e principalmente a lealdade. Lealdade que difere de FIDELIDADE... Lealdade de suas próprias convicções de vontades... Lealdade de acreditar no outro, permanecer e honrar.
Por que ao invés de digitar em um computador portátil, não escrevo um belo poema no corpo de meu amado? Faria curvas poéticas e assimétricas em cada parágrafo. Desceria e subiria respeitando as pautas pelo corpo exposto a mim...
Por que ao invés de estar promíscuo em sites de relacionamentos, não estou vivenciando o desejo e a paixão com alguém palpável, verdadeiro e substancial?
São muitas as interrogações meus caros colegas. São indagações que com toda certeza, no íntimo de vocês são gritantes, mas impedidas pelos ‘axismos’ dos companheiros, do sistema ou por simplesmente se encontrarem classificados como “DÉMODÉ”, ultrapassados...
De tudo o que foi pensado e escrito, assoberbada pelos pensamentos, os respingos da chuva se faziam mais fortes sobre a janela do meu quarto.
Uma nova tempestade se aproximava... Peguei um velho caderno, comecei a escrever. Desta vez manuscrevendo...
De súbito as palavras surgiam, como psicografias, o texto se redigia assim:  “Hoje ao inebriar- me em profundos pensamentos, falando a verdade, prefiro ser um dinossauro, a ser e servir uma sociedade andrógena que não sabe lidar com sentimentos. Prefiro ser o que sou, mesmo modernizada pelas minhas linhas de pensamentos, e adaptadas as minhas vivencias aos termos tecnológicos. Prefiro ser EU, o que de fato me faz ser alguém, a capacidade de ainda poder refletir, de poder sentir, me doar insanamente ao amor, perdoar, amar, me permitir, de dar o meu corpo ao ser amado, alienar-me nas ilusões, sonhar com o amor eterno e ser inconfundivelmente alguém, ser apenas Eu... Inconfundivelmente!” 

                por DANY ROCHA


terça-feira, 28 de agosto de 2018

DOCE ILUSÃO


Teu amor é minha página virada,
Minha utopia em versos vencidos,
Minha estrela guia, a estrela de Davi.
Apenas as palavras mais doces permanecem.
Os olhares marcados do poeta,
Os pensamentos mais íntimos onde cada beijo é uma linha cursiva,
Cada abraço é uma diagramação detalhada dos elementos do teu corpo,
Cada toque, ao acaso, uma frase redefinida...
Esse prenúncio de solidão que desafia meu ser,
É o algoz da minha insatisfação em não poder tê-lo.
São as notas tristes de um solo inacabado...
Um rabisco, no meio de um poema de amor.
Eu renuncio a quem eu tenho sido, para ser quem você é.
Nada me torna mais efêmera, do que o teu coração frágil.
Nada me causa tamanha dor, se o vejo infeliz.
Sei que um dia iremos atravessar o luto por alguém que ainda se encontra vivo.
Certa feita, isso já me ocorreu. Eram laudas de sofrimento.
No verso e no anverso do meu livro amoroso, habitavam narrativas tristes.
Mas, como tudo é conclusivo, eu venci esta dor.
Talvez por ti seja diferente, eu me apaixonei por aquilo que criei.
E aquilo que não idealizei, de algum modo se instaurou em mim.
Foi como se você já existisse em minha vida.
Parece que eu te conheço a milênios...
E cada sonho que tenho contigo, são como “dèjá vus”
Porque conheço todas as tuas reticências, todos os teus silêncios.  
Tenho a sensação de paz, de calmaria apenas em pronunciar o teu nome...
Mas, não é como Cazuza,"o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer"
O meu é real, verdadeiro. Chega a ser insano e ao mesmo tempo sensato!
Sinto falta de sua companhia, das nossas conversas bobas e pueris...
Se eu tivesse apenas sentido como seria ter sido tua.
Eu saberia pelo que eu vinha vivendo o tempo todo,
Sem a liquidez dos amores e a fragilidade do coração humano.


                                                  Por Dany Rocha em 28/08/18