Já passava das quatro da manhã, ela se encontrava só.
Envolta por reminiscências e pensamentos tão sublimes.
Ela fita a lua. Imagem utópica dos amantes...
Existe uma inquietação, ela não sabe descrever.
Algo onde transcende a dor física...
Um aperto no peito que infla. Quase um pneumotórax.
A transfiguração de um homem, amado homem...
Não seria a olhos nus, viria de dentro. dentro do próprio ser...
Tua presença esvai-se como areia desértica por entre os
dedos,
Ao tempo que se
instala não só no cérebro, mas no coração...
Impregnado assim, o
órgão vital do amor.
Ela se afasta da janela. Não quer aquela lua solitária.
Quer a envolta em delírios, ilusória e contente.
É uma sensação kármica. Ela não sabe explicar. Tudo nela é
emoção.
A simples lembrança de teus olhos a faz tremer...
O gosto do beijo ainda pousa sobre os lábios...
O toque da pele macia. O cheiro do corpo másculo...
É como um dependente químico, que necessita da droga para
“so-breviver”,
Viver somente, breve viver... Sorvendo cada milímetro da substância... Teu
fluxo de vida!
Outrossim, como se o corpo extasiado escorrendo o suor do
amor se fundisse em um só...
Soberbo instante!
“- Oh lua, que testemunhas os sonhos e ilusões... foge
d’alma, busca soluções...”
Era o seu cântico
mais sereno e profundo. Naquela noite, ela não dormiu.
Seus olhos cerrados
acentuavam mais e mais a tua imagem.
Os teus carinhos
antes tênues, agora eram brisas...
O mesmo vento que some no infinito e sopra o teu nome ao pé
do ouvido,..
Deixando saudosas
cicatrizes de solidão.
Era o preço do jogo.
Estava entregue...
Sonho ou devaneio? Ainda não se sabe... Para ela foi tudo real.
POR DANY ROCHA 07/05/2016.