Para não dizer que não falei de RENUNCIAS...
O que seriam das adversidades da vida, mesmo sendo
corretas, se não fossem as renuncias?
Renunciamos o tempo todo quando deixamos passar as
oportunidades em prol de algo ou alguém... Também, renunciamos quando queremos
muito alguma coisa que não o pode ser e/ou quando simplesmente não sabemos como
proceder diante de certas situações advindas com esse louco processo que é a
nossa existência...
Renunciamos quando amamos e quando não amamos também...
Renunciamos a um bom emprego fora da cidade em favor
da família que fica, renunciamos o sono em vigília ao filho doente, a diversões
para estudar, a um simples pedaço de pizza porque engorda... E as renuncias vão
para além do que se vê.
Renunciamos quando podemos...
E quando não podemos...
Muitas vezes, não renunciamos por covardia, por medo
e por comodismo as situações instauradas em nosso dia a dia.
Somos seres
humanos falhos. Cheios de defeitos. Alguns sem conserto.
As renuncias não são fáceis de fazê-las. Muitas delas
causam profundas dores, dilaceram o coração de tal forma que ao invés de
cicatrizes, criam-se verdadeiros invólucros de concretos ao redor dele.
Não sei como renunciar a tantas coisas. A vida já se
encarregou disso por mim. Apenas vivo na inércia de tantas esperanças
frustradas. E nesse sentido, vou vivendo a margem... A maré da vida me leva. E
são tantos os insanos desejos, são tantos os dissabores, são tantas reminiscências
que chegam a sucumbir o mais alto grau da insensatez de uma mulher.
No meu mundo secreto, vivo como as novelas mexicanas.
O plano central e dramático se desfecha sempre em mim, sendo dessa forma, a
mocinha e a vilã.
Não sei, se sou forte o suficiente para lançar mão de
tamanha destreza. As renúncias são atitudes que não podem ter volta,
principalmente, quando é para o bem de uma situação. Devem ser bem pensadas,
elaboradas como um processo, que ao final existe um réu a espera de seu
veredicto.
Em contrapartida, ao final deste texto, sei que vou
refletir mais ainda, pois, a palavra de ordem destes últimos dias foi a
renuncia, não no sentido de desistir, mas, de recusar, de negar o ruim, de não
continuar a autodestruição. E para a decisão, conto apenas com as entrelinhas
do fado melancólico que estou a ouvir e com a ajuda de “Anjos” que estão aqui
na Terra, que de uma forma ou outra procuram amenizar tamanha amargura do meu
coração...
POR Dany Rocha 04/06/2014