Às vezes, a solidão apavora.
Não falo de solidão física, mas aquela que
maltrata a alma.
A dor de estar rodeada de pessoas, no entanto
faltar um pedaço de si, uma completude... E a noite quando deito e não consigo
dormir, posso observar pequenos raios brilhantes que descem, através da janela,
sobre o assoalho do meu quarto. São as estrelas iluminando as lágrimas que
insistem em sufocar meu sorriso. Névoas de pensamentos vêm e se esvaem em
flashs, como se um filme projetasse toda uma existência de erros e acertos
cometidos no passado... Justo neste
momento, percebo um brilho mais entoante, ofuscando todos os cintilantes raios refletidos
sobre o lençol. Sento sozinha na cama, podendo vê-la distante... Inerte,
exuberante bela... Narcisista!
Um rouco massacrado sai da garganta, na
esperança que se ouça e ajude a encontrar algo ou alguém que não sei, do outro
lado cósmico a que ela se encontra. Começamos a conversar...
Como um devaneio, ela insinua que ao fitá-la
pode-se estar magnetizando desejos,
anseios, sonhos e até realizá-los. E mesmo que seja “clichê”, ela me confessa
que nesse exato momento, longe dali, milhares de outros corações destruídos a
admiram desesperados em busca de outro alguém que supra suas dores, suas
decepções e aflições.
Percebo então, que existe uma mágica em tudo
aquilo, uma conexão que não se sabe explicar. Quem sabe se outrora, ou justo
hoje, os mesmos olhos que pararam de admirar uma flor na terra, não a admirem
tão formosa no céu. Faço uma oração e desfaleço. Dessa vez, munida de esperanças
de tudo terminar bem. Obrigada amiga lua, muito obrigada.
Por DANY ROCHA 06/02/14