Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

ESSE MEU EU


Encontro-me assim, triste e só
Bebo um cálice, procuro a cura
Emanada de solidão, sei de “co”
Apenas lagrimas de amargura!
Mulher que erra sem pia, sem dó
No peito sangra a alma escura
Apenas ilusão, fumaça e pó
Que vida inútil, sem ternura.
Que sina doente, dói o peito!
Sem amor, só agonias...
Sem perspectiva, sem jeito...
E quando se lamenta tudo eclode
E vão-se todas as alegrias...
De uma paixão que nunca pode.  

Por Dany Rocha 22/12/14

domingo, 7 de dezembro de 2014

BALADA DO SONETO TRISTE



Quando se escreve, não se escreve apenas algo que se inspira nos papéis...
Se escreve a alma, a dura alma que emancipa a vida, todos os dias...
Se enfoca os desejos, o enfoque do Eu supremo em quase quartéis...
E nessa volúpia de quase um transe, se coloca em agonias.

As dores do sofrimento apenas reagem.
È uma dor de quem perde algo, o esplendor.
E na trajetória sofrida, nada e nem pessoas interagem.
Sente-se a solidão, o medo e a dor.

E nada que se faça, toma substancia.
Apenas, momentos de inquietudes e inconstância...
A tristeza se apodera do meu ser!

Uma loucura insana transborda...
Numa alma frágil que não discorda,
Esvai-se com isso, a fé e a vontade de viver!

                                                                           Por Dany Rocha 07/12/ 2014.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

MEUS OLHOS


LEIA os meus olhos, não consegue?
Leia o infinito brilho que outrora se ofusca diante de raras belezas...
Não quero que leia meus lábios,              
Pois estes dizem por vezes, palavras vãs.
Leia os meus olhos,
Procure no infinito as respostas que almeja.
Leia os meus olhos,
Não quero que insista em ler minha face,
Às vezes ela mascara as tristezas em sorrisos.
Leia os meus olhos,
E diga se no fundo desse castanho quase cor de mel, existe algo intransponível...
Leia os meus olhos,
Leia neles, o que a alma implora para mostrar...
Leia meus segredos mais profundos,
Meus hieróglifos, tão guardados...
Diga-me o que vê e o que decifra,
Nesses olhos  cansados, nessas pálpebras  aflitas...
Leia os meus olhos,
Mas não leia o que pensa em conhecer.
Às vezes, somos menos parecidos com aquilo que podemos simplesmente ver.
Leia os meus olhos, mas não leia com os seus olhos...
Leia os meus olhos, feche os seus olhos e me leia com o coração.
Lendo os meus olhos assim, verás o quanto é mais profundo ler-me.
Espere alguns segundos, imagine meus olhos em sua mente... E verás uma finda lágrima...
Aquela em que quase todos os dias, temo deixá-la cair...
Aquela em que eu não consegui aprisionar com os meus sorrisos...
E são apenas olhos... Tristes talvez...
Que falam mais que mil palavras, que clamam...
São as janelas da alma, e por isso são: o meu mais perfeito diário!


                                            Por Dany Rocha

AMOR E DOR

O que se faz pensar assim?
Fantasiar um momento, uma vida tênue, interrompida pelo fulgor da insensatez adolescente...
Imaginar o sorriso galante, como arco-íris atordoantes quando os olhos fitam outros olhos, mesmo em disfarces...
Os mais sóbrios, falam em racionalidade de emoções, porém, o coração é tão eloquente que acaba traindo em reminiscências insanas.
E o que é o poeta, senão um louco alucinado e ridículo?
Ao usar seu coração, o poeta torna-se fugaz em seus sentimentos, atropelando o racional, chegando ao êxtase de suas ações como um maremoto em ciclos, um furacão que extravasa todos os anseios por amor. E só após total destruição, decepção, se esvai...
No coração do poeta, essa devassidão não se dá apenas momentânea. Ela  perpetua, sobrevive as chamas do descaso, a distância... Sobrevive ao orgulho do outro, chegando quase sempre, ao desesperador tormento da alma... E como vento, brisa forte que enxuga as lágrimas caídas, o tormento apenas existe no peito dilacerado de emoções sombrias.
Assim, existe o que se teme, o que não se espera, o que nunca se almeja para si próprios, o lado oposto do júbilo... A dor do amor...
Essa dor incompreendida, que torna-se não somente emocional, mais física.
O coração sangra... A vida perde o verdadeiro sentido... Os dias apenas vão passando como tormentas em dissabor.
O amor é ambíguo. Traiçoeiro, posto que, ao mesmo tempo em que causa uma sensação alucinógena de alegrias, é capaz de ceifá-las em um segundo apenas...
O poeta sabe da ambiguidade desse sentimento, mas é pueril ao compreendê-lo. Prefere deixar correr, ver o tempo passar... Um dia após o outro, inerte.
No inconsciente, rende- se as lembranças de um instante pândego.  Não tendo convicção da esmera capacidade de realização, como um boêmio sonhador, rende-se ao pranto. Degusta a última taça do néctar dionisíaco e assim,vai criando, desejando e esvaindo-se em desejos idealizáveis...

  Por DANY ROCHA  14/ 07/14.

  


UM PAPO ABERTO SÓ ENTRE AMIGAS


Hoje eu me deparei com uma cena que para muitos pode ser “normal”. No entanto, isso ainda me causa repúdio, por que não dizer, nojo da raça humana.
Uma das coisas que mais fico indignada é quando vejo o ser humano se esvaindo em inconsequências, em insanidades e humilhações. Falo isso, mais especificamente do sexo feminino se comparado aos outros sexos que estão ai, bem vinculado a nossa realidade social.
Pois bem, o caso começa assim...
Um casal jovem, ele de meia idade, mas uma postura física de garotão. Ela, uma moça com idade pueril, digamos no máximo quinze anos, fardada de uma famosa escola de nossa cidade. Discutiam e falavam alto chamando a atenção das pessoas que passavam na rua. Pelo que se pode perceber, a famosa “D.R” estava sendo constatada pelo fato da moça cobrar ciúmes e uma atitude do namorado em assumir de vez a relação. Ele argumentava que estava separado da esposa, mas, que não poderia assumi-la de vez por causa dos filhos... Ouras, típica situação do cafajeste casado e da pobre mocinha indefesa que foi seduzida pelo garanhão....
Amigas, pleno século XXI? Isso ainda acontece? Seria possível a essas meninas “vividas” acreditarem em um príncipe encantado? Tenho cá minhas dúvidas e creio que hão de concordar comigo quando lhes contar o desfecho da história... Bem, falatórios ofensivos, cobranças e num certo momento o homem termina a relação por não suportar tantas cobranças.... De súbito, a moça fala aos berros que toda a conversa estava sendo gravada e se ele por ventura, não ficasse com ela iria procurar a esposa traída e contar todo o relacionamento dos dois. Bom, isso não é tudo, após argumentações do homem, a menina falou em alto e bom tom: “Tem mais, fulano. Amanhã mesmo, estarei entrando com um processo contra você para que me indenize os 2 anos que aguentei esse teu corpo nojento em cima do meu. Quer saber? Sentia era nojo, mas, a possibilidade de melhorar de vida me obrigou a ficar contigo!”
Nessa hora ouvi o estalo, um tapa, no meio da face da garota que a fez cair sentada no chão...
Situações como essa, são mais comuns do que se imagina. Mas, até quando a mulher vai agir com tamanha frivolidade?
Necessidade de dinheiro? Golpe do baú, usando o corpinho jovem e atrativo para seduzir o homem? Sim! Seduzir o homem... Não quero aqui me posicionar com um discurso machista, no entanto, existem caçadoras de dotes, Marias chuteiras, Marias gasolinas que se vendem por um bom perfume, uma roupinha da moda ou simplesmente um copo de cerveja... É fato!
O mundo virou de ponta cabeça, minhas caras. Mas, vamos nos posicionar com o que acontece na nossa realidade atual, quando os papéis se invertem. Mulheres mais velhas comprando maridos, namorados... DEPRIMENTE! Podemos citar inúmeros de casos aqui, só para refrescar a memória, quando a mídia expõe sem pudor essas relações.
Suzana Vieira (72 anos) e seu Love (27) dão para fazer um palíndromo... A Madona (54) e seu Love (25); Cristiana Oliveira (49) e seu de (20);Elza Soares (Diz ela que tem 72) e seu namorado de 26... Fala sérioooo...
Não questiono o amor, lógico. O amor é a fonte de toda a vida, nem quero ser preconceituosa, pois pode haver sim, um relacionamento com alguém mais velho, desde que não haja interesse financeiro. No meu entendimento, particularmente acredito que exista esse interesse em certas situações grotescas aqui mencionadas.
Comprar marido ou namorado, comprar relacionamento... Acredito ainda, que possa existir um sentimento puro entre as pessoas. O liberalismo feminino não é totalmente ofensivo, desde que seja de forma positiva. A mulher deve ser uma lady sempre. Qual o homem que não se encanta com uma boa educação, com valores, com um comportamento sutil, diferenciado de uma realidade onde atualmente, somos taxadas de “cachorras”?
É com pesar que me envergonhe de minha condição de fêmea, de mulher, de pessoa... Somos por culpa nossa, desrespeitadas. Somos tidas como objetos sexuais, e desculpe a palavra, meninas, PUTINHAS. Porque existem vários tipos de mulheres...
Há ainda, as neuróticas que se apaixonam tão prontamente por rapazes mais novos e daí, idealizam um relacionamento, estável. Criam muitas vezes, em suas mentes doentias, situações onde o homem mais novo, no caso, a “presa” fica vulnerável ao apelo sexual dessas caçadoras. São situações onde criam encontros inesperados para acabar levando o cara para cama...
Outras são menos sutis, indo mesmo ao ponto em questão, no caso, a cama! Esse tipo de mulher pode ser considerado, uma das piores. São sociopatas, agem de caso pensado e traiçoeiro. Chegam a engravidar. Como são incapazes de arrumar uma condição amorosa melhor, se entregam covardemente aos jovens com idades onde os hormônios falam por si. Psicologicamente falando, é a fase onde não existe a chamada seleção para os meninos escolhidos. Infelizmente, geram filhos indesejáveis, causando constrangimento tanto para elas como para o pai da criança que foi seduzido. Seduzido, sim!  Você está louca questionando os porquês, né?
Vou explicar melhor. Amigas, quem de vocês acredita que uma mulher com mais de 30 anos engravida por que não quer? E os métodos contraceptivos? É complicado depois de certa idade engravidar tão fácil, de acordo com pesquisas cientificamente comprovadas... Então, para meu entendimento, é golpe... O que acham?
Nesse contexto, inocentes se criam longe da instituição defasada que é a família. Pai, mãe e criança sofrem individualmente e longe um do outro... Lamentável...
Amigas, eu acredito em uma coisa chamada VALORIZAÇÃO e AMOR PRÓPRIO. Sem essas duas prerrogativas, nós seres humanos, em especial o nosso sexo estamos dizimadas. Não custa nada sermos honestas, sinceras, respeitar o espaço do outro, quando se tratar de relacionamento.  Não fere o coração quando o assunto é se fazer RESPEITAR. Não é pago você ser uma pessoa com credibilidade, com confiabilidade e acima de tudo, HONESTA.
Uma vez, postei em uma rede social o seguinte comentário: Homem pode ser rico, alto, forte... Frequentar restaurantes caros, ir à academia, ter carros importados, um monte de bajuladores do lado filando seu bom whisky... Mas, o que as "mulheres de verdade" esperam de um homem é ATITUDE. Atitude de homem é tomar partido, resolver o problema, chamar pra si a responsabilidade. Ser homem suficiente e ser leal, justo... Reconhecer o valor das pessoas e ter respeito, admiração e orgulho da Mulher que escolheu. Homem de verdade tem voz firme e quando fala não precisa gritar, nem ser grosseiro pra mostrar que tem opinião, que é o correto. Homem tem que ter atitude de Homem, não de moleque ou de menino mimado e sem caráter... Homem mostra que é macho não é brigando no trânsito ou agredindo Mulher, muito menos falando mal dos filhos... Homem é macho quando dá felicidade e segurança a sua Mulher, a sua família, principalmente quando não tem MORAL para reclamar de NADA. Homem que se julga ser HOMEM cumpre com seus compromissos, sejam eles morais e, ou financeiros, dando estabilidade às coisas essenciais na vida da parceira. Tem que ter bom-humor, ser sincero consigo mesmo, ter BOA pegada, abraço forte e cheiro bom... O resto, só quem NÃO É MULHER DE VERDADE é que liga... E ai, a carteira, ou o carro do ano é que são as leis que elas necessitam para viver!
O caso que mencionei no início da conversa foi definitivamente, comprovador da futilidade feminina, onde a moça questionava não o amor, mas, o que aquilo iria promovê-la socialmente, sem preocupar-se com a família do homem...  As referências de famosas, até entendo, ou não. Eles vivem se enganando e trocando de pessoas como quem troca um sapato usado, nesse meio, o ópio é constante...  A realidade é bem diferente... Queremos sim, alguém para amar verdadeiramente e ser amado, independente de idade ou outros subsídios, aqui não mencionados. Não importa! Apenas que seja sincero, verdadeiro, não adianta querer forçar uma situação. Não vale a pena forçar amor de ninguém...  As pessoas não amam o que se tem fácil, o que se faz disponível, o que é imposto. Ama-se o óbvio, o amável, o aceitável, o confiável, o que se faz falta, o que te faz sorrir, o que te faz bem, o que te é necessário, o que te soma... Mas, amigas, nesse diálogo, vamos refletir: Mais pudor, mais amor, não importa para quem for...

                                                       Por  DANY ROCHA

quarta-feira, 4 de junho de 2014

RENUNCIAS

              Para não dizer que não falei de RENUNCIAS...



O que seriam das adversidades da vida, mesmo sendo corretas, se não fossem as renuncias?
Renunciamos o tempo todo quando deixamos passar as oportunidades em prol de algo ou alguém... Também, renunciamos quando queremos muito alguma coisa que não o pode ser e/ou quando simplesmente não sabemos como proceder diante de certas situações advindas com esse louco processo que é a nossa existência...
Renunciamos quando amamos e quando não amamos também...
Renunciamos a um bom emprego fora da cidade em favor da família que fica, renunciamos o sono em vigília ao filho doente, a diversões para estudar, a um simples pedaço de pizza porque engorda... E as renuncias vão para além do que se vê.
Renunciamos quando podemos... 
E quando não podemos...
Muitas vezes, não renunciamos por covardia, por medo e por comodismo as situações instauradas em nosso dia a dia. 
Somos seres humanos falhos. Cheios de defeitos. Alguns sem conserto.
As renuncias não são fáceis de fazê-las. Muitas delas causam profundas dores, dilaceram o coração de tal forma que ao invés de cicatrizes, criam-se verdadeiros invólucros de concretos ao redor dele.
Não sei como renunciar a tantas coisas. A vida já se encarregou disso por mim. Apenas vivo na inércia de tantas esperanças frustradas. E nesse sentido, vou vivendo a margem... A maré da vida me leva. E são tantos os insanos desejos, são tantos os dissabores, são tantas reminiscências que chegam a sucumbir o mais alto grau da insensatez de uma mulher.
No meu mundo secreto, vivo como as novelas mexicanas. O plano central e dramático se desfecha sempre em mim, sendo dessa forma, a mocinha e a vilã.
Não sei, se sou forte o suficiente para lançar mão de tamanha destreza. As renúncias são atitudes que não podem ter volta, principalmente, quando é para o bem de uma situação. Devem ser bem pensadas, elaboradas como um processo, que ao final existe um réu a espera de seu veredicto.
Em contrapartida, ao final deste texto, sei que vou refletir mais ainda, pois, a palavra de ordem destes últimos dias foi a renuncia, não no sentido de desistir, mas, de recusar, de negar o ruim, de não continuar a autodestruição. E para a decisão, conto apenas com as entrelinhas do fado melancólico que estou a ouvir e com a ajuda de “Anjos” que estão aqui na Terra, que de uma forma ou outra procuram amenizar tamanha amargura do meu coração...

                                                                              POR Dany Rocha 04/06/2014


domingo, 27 de abril de 2014

ESSA DROGA DE MODERNIDADE – Um diálogo sofrido entre o ser e o não poder ser, para poder parecer diante a sociedade.


O despertador do celular toca. São 5h e 45mim da manhã. Anuncia que por hoje é hora de dormir para então, no outro dia (hoje) retomar a jornada de estudos...
Olho em minha volta e percebo que já faço isso por longas semanas e que se tornaram práxis. Olho novamente o relógio, e percebo que já é domingo... Então, se passou todo o final de semana que outros tomam como descanso sem ao menos eu perceber... Entre um trago de cigarro ou outro, paro por um ínfimo momento ao ver a fumaça se dispersar no final do quarto...
Olho ao redor e vejo apenas um amontoado de livros e apostilas, restos de comida e ao longe o brilho vermelho da luz na bateria do celular recarregando... Sinto-me só... Sinto que falta algo mais para que eu esteja hoje e agora buscando conhecimento e aprimorando o que eu já detenho, por uma causa.
Reminiscências povoam meu inconsciente vazio de emoções. Ao mesmo instante, me faz questionar os porquês de tudo isto. Abro a janela do meu quarto e vejo os respingos da chuva que já se despedia de uma noite chuvosa.
Questiono sobre tudo, os motivos de tudo que vivo. As consequências... Os anseios, os medos... Tudo... E como um “flash back”, o filme de minha existência assiste o cair da minha existência:
Lembrei de meus avôs. Aprendi que a maior das lições pode ser aprendida ao lado de uma pessoa mais velha. Que as experiências senis se aglutinam em nossas vivencias e geram  conflitos em nosso próprio Eu.
Existimos por algum processo, por algo que a vida nos reservou desde o dia que viemos ao mundo. Nada é por acaso...
Refletindo assim, chego a comungar com as idéias de que somos individualmente falando, frágeis demais para compreender a natureza humana. Somos incapacitados para assumir nossa própria vida.
Pessoas vão e veem o tempo todo. De forma aleatória em nossas vidas para nos preencher da capacidade em aprender que apenas através da vivencia é que podemos ser capazes de escolher o que realmente somos e para que realmente vimos ao mundo e qual ordem fazemos parte.
Aos anos que vivi, percebo que como ser humano que sou, sou falha. Sou inerte a situações constrangedoras. Aquelas, nem um pouco esperadas ou cogitadas pelos anos a fora que tive que passar. Desde o meu nascimento, marquei território e quem está lendo também, de certa forma. Sobrevivi numa selva sem fim onde todos buscam sua real existência. Tive momentos gloriosos, como também, “ desossifiquei-me” de dor. Como qualquer criatura de corpo, alma, sangue e coração... Nesse caso, você!
Não falo em dor meramente física, mas a dor inexistêncial, dor da alma, que não acalma...
O ser humano é sensível, é um pedaço de material bruto não perecível, pois ao ser agredido, se torna como um cristal que mesmo colado, lapidado novamente, não consegue ter as ramificações do brilho perdido da pedra bruta pela queda... Quebrou? Não se reestrutura jamais... Ficam os estilhaços, fincados... Tatuados na matéria como  em nossos sentimentos....O ser humano é assim... 
A massa feminina e alguns poucos homens também são assim... A outra parte encoberta pelo machismo existencial, preferem ficar calados... Muitos deles se corroendo em emoções que deliberadamente em seus pensamentos não os pertencem... Sofrem e sofrem muito...
E existe um sexo frágil para tudo isso? Haveria diferenciação entre o ser homem, mulher, menino, menina, homossexuais, transexuais, bis, lésbicas, se ao final somos todos carne e espírito de um mesmo corpo, criados por obra de um mesmo PAI? Saberíamos ao certo dizer a pessoa, seja ela quem for quando exprimimos sentimentos ao outro?
Habitualmente o ser humano está condicionado a não exercer o papel de fragilidade diante do outro em um mundo competitivo em que as máquinas e o sistema de informação tomaram conta de tudo e de todos massificando um comportamento eletrônico, virtual e mecânico.
Amigos de uns “trocentos” amigos...  Pessoas populares em redes sociais, ao fim do dia, encontram-se sozinhos como eu. Baladeiros, curtidores de festas e eventos, nessa hora “H” estão sozinhos, como eu. Apaixonados com mil e uns relacionamentos virtuais, extravassando nos twitters, ou afobando-se no famoso “zapzap.” Estarão todos eles, sozinhos como eu...
E o que seria o Eu dessas pessoas hoje, se não o EU sistemático de uma sociedade condicionada pela idiotifiocação humana em desconsiderar coisas simplórias como ir ao cinema, ao teatro, escrever seus manuscritos poéticos em um velho caderno esquecido em uma gaveta qualquer?
Seria piegas? Seria ultrapassado dizer que ama? Seria demais querer um jantar a luz de velas ou mesmo fazer compras, juntinho com o ser amado em um supemercado?
Seria demais acreditar que dentro de um fosso imundo de ideologias baratas e abstratas ainda sim, o ser humano luta pelo amor? Por se dar e doar-se ao ser amado?
Porque ao invés de longas digitações, utilizando o famoso “ctrl+v, ctrl+c” da vida digital, pegando pensamentos subscritos de outros pensadores, não chegam simplesmente no outro e dizem: eu amo você!
Porque ao idealizar o homem ou mulher ideal somos tão medíocres a confrontarmos nossos desejos aos parâmetros preestabelecidos de uma sociedade que busca uma Angelina Jolie e um Brad Pitt para ser a sensação do momento? O casal perfeito que a sociedade deseja e que a Igreja estabeleceu... Longe de mim, tecer qualquer comentário sobre religião... Mas, é muita HIPOCRESIA, medir o amor entre as pessoas pela idade, pelo perfil social, cultural, cor, raça, sexo e ideologias. Só falta perguntarem para que time os dois torcem...
Onde ficou o romantismo? Onde está a verdadeira força vivida que é o amor entre as pessoas? Nesse diálogo, falo de amizade, amor e principalmente a lealdade. Lealdade que difere de FIDELIDADE... Lealdade de suas próprias convicções de vontades... Lealdade de acreditar no outro, permanecer, honrar.
Por que ao invés de digitar em um computador portátil, não escrevo um belo poema no corpo de meu amado? Faria curvas poéticas e assimétricas em cada parágrafo, desceria e subiria respeitando as pautas pelo corpo exposto a mim. Por que ao invés de estar promíscuo em sites de relacionamentos, não estou vivenciando o desejo e a paixão com alguém palpável. Verdadeiro e substancial?
São muitas as interrogações meus caros colegas. São indagações que com toda certeza no íntimo de vocês são gritantes, mas impedidas pelos ‘axismos’ dos companheiros, do sistema ou por simplesmente se encontrarem “classificados “ como “DÉMODÉ”, ultrapassados...
De tudo o que foi pensado, assoberbada pelos pensamentos, os respingos da chuva se faziam mais fortes sobre a janela do meu quarto. Uma nova tempestade se aproximava... Peguei um velho caderno, comecei a escrever. Desta vez manuscrevendo... E dessa vez, o texto se redigia assim:  Hoje ao inebriar- me em profundos pensamentos, falando a verdade, prefiro ser um dinossauro, a ser e servir uma sociedade andrógena que não sabe lidar com sentimentos. Prefiro ser o que sou mesmo modernizada minhas linhas de pensamentos, e adaptadas as minhas vivencias aos termos tecnológicos. Prefiro ser EU, o que de fato me faz ser alguém, a capacidade de ainda poder refletir, de poder sentir, me doar, perdoar, amar e ser inconfundivelmente alguém, ser apenas Eu...   por DANY ROCHA


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

DESEJO LUNAR







Às vezes, a solidão apavora.
Não falo de solidão física, mas aquela que maltrata a alma.
A dor de estar rodeada de pessoas, no entanto faltar um pedaço de si, uma completude... E a noite quando deito e não consigo dormir, posso observar pequenos raios brilhantes que descem, através da janela, sobre o assoalho do meu quarto. São as estrelas iluminando as lágrimas que insistem em sufocar meu sorriso. Névoas de pensamentos vêm e se esvaem em flashs, como se um filme projetasse toda uma existência de erros e acertos cometidos no passado...  Justo neste momento, percebo um brilho mais entoante, ofuscando todos os cintilantes raios refletidos sobre o lençol. Sento sozinha na cama, podendo vê-la distante... Inerte, exuberante bela... Narcisista!
Um rouco massacrado sai da garganta, na esperança que se ouça e ajude a encontrar algo ou alguém que não sei, do outro lado cósmico a que ela se encontra. Começamos a conversar...
Como um devaneio, ela insinua que ao fitá-la pode-se estar magnetizando  desejos, anseios, sonhos e até realizá-los. E mesmo que seja “clichê”, ela me confessa que nesse exato momento, longe dali, milhares de outros corações destruídos a admiram desesperados em busca de outro alguém que supra suas dores, suas decepções e aflições.
Percebo então, que existe uma mágica em tudo aquilo, uma conexão que não se sabe explicar. Quem sabe se outrora, ou justo hoje, os mesmos olhos que pararam de admirar uma flor na terra, não a admirem tão formosa no céu. Faço uma oração e desfaleço. Dessa vez, munida de esperanças de tudo terminar bem. Obrigada amiga lua, muito obrigada.

                                           Por DANY ROCHA  06/02/14