Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

CARTA AO AMOR ESQUECIDO


E nesse silêncio que me rouba a alma existencial,
Percebo que todas as tentativas de retroceder no tempo,
Só me trouxeram mais sofrimento por não aceitar a triste realidade...
Perdi você!
Perdi ou nesse exato momento, estou abolindo da chance de retomar
e reverter o quadro lastimável em que me encontro.
Sucumbi aos submundos, desci ao mais baixo nível da degradação.
Subir ao êxtase, e não consegui mascarar a falta que você me faz...
E mesmo assim, fingindo, um vazio tomava conta de todo cerne existencial.
Era apenas vazio que existia,
o cotidiano nefasto dos momentos de embriagues platônicos...
Rodeada de superficialidades, com uma alma exarcebada, perdida e ao mesmo tempo plena, insisti em coisas simplórias...
Sereno observar e enfático o vivenciar do por do sol, ao canto dos passarinhos, ao desfalecer do horizonte... Fui sozinha.
E na madrugada tudo se consome...
Como agonias gritantes, frias, suas reminiscências sombrias pairavam em meu leito mórbido no qual eu não dormia.
Mas nada se concretizava.
Apenas, o grito amargo do silêncio que se faz companhia na insensatez do poeta que chora...
Verti lágrimas por não sentir mais a existência divina em sua credulidade à minha pessoa;
Verti lágrimas por não encontrar o vértice da imensa transbordância de limitações entre o EU e você...
Idiotificada segui.
Sempre acompanhando sua ascendência intelectual...
Sorria, ficava feliz!
Mas, as transcendências e as lembranças eram tão presentes que sentia teu cheiro por todos os cômodos da casa...
Pegava um periódico, sentia o cheiro do papel e podia sentir tuas palavras, ouvia a sua voz... Sentia como se estivesse vendo-o, ouvindo-o a cada linha lida... Era mágico...
Era mágico o desejo de senti-lo mais uma vez comigo, uma única e finda vez!
Porque sabia que não mais seria possível recomeçar o que um dia foi começado e eu deixei escapar... Deixei ir... Por infinidades de itens...
Por medos, incertezas, convencionalidades...
Não sei! E você se foi...Talvez, para sempre por que já faz parte de outra realidade, de outra pessoa.
Lamentos insanos quando ouço nossa música, pelo menos para mim... Mas sei que também lembra, é o que me mantém viva por nossa história não se acabar assim...
E mesmo senis, nós dois...
Quando tocar aquela “música”, lembraremos um do outro...
Lembraremos de tudo que foi e o que poderia ter sido.
Pois o sentimento não pede palavras, nem ações...
Essas coisas se perdem com o tempo...
E o que fica? O que fica é isso: Eu gostar de você e você lembrar-se de mim...
Pela eternidade, eu fiz parte de sua história... Isso já me basta!

                            Por Dany Rocha  em 06/11/2013

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PERMITAM-ME UMA CONVERSA DE ADULTOS:






Se o ser humano soubesse o quão massificante é viver... 
O quão massificante é ter que matar um Leão a cada dia para sobreviver e sempre conquistar o sorriso que me guia a cada amanhecer. Para poder dizer que eu consegui superar outro dia de obstáculo... (mais um dia...)!
Queria ser um pouco de mim, e não ter que fingir que "todos" os dia eu sou forte e firme, porque preciso manter o universo inatingível de mulher maravilha.

Forte, firme,resolvida e sagaz... Sexy todos os dias quando se denuncia um romantismo fora do comum, acreditem , como o meu!...
Alegre, presente, sempre com uma piada ou brincadeira para alegrar o dia "do outro"...
Sempre com uma solução... 
Sempre com a palavra amiga pra te tirar do escuro...
Sempre Eu... SEMPRE...
Mesmo morrendo em prantos abafados, tive que sorrir ou ser dilacerada por uma flecha no meu coração , julgada sem ser conhecida...
Mesmo em gritos silenciosos eu sobrevivi...
E sobrevivo! Irei Sobreviver! Sempre... 
Não que no canto do quarto eu não chore...
Porque as lágrimas que vertem dos meus olhos agora, tem um significado maior com a dor do outro...
Sou a que sempre rir e que nunca leva nada a sério...
Que brinca com o sorriso da criança , esquecendo que um dia fui ela, ou brinca com a inquietude de um animal que vive inconstante assim...
Creio que meus amigos e família acreditam mesmo que sou a EXISTÊNCIA> POTENCIALIDADE> A FORTALEZA!
Mas sou apenas uma menina... Infeliz menina...
Minhas lágrimas vertem inanimadas...

Sempre sou a descolada! Assim, por não poder expressar , entre a pólvora e o isqueiro o que sou... 
Mas se um dia fui uma explosão, me perdoem... 
Sou o que vocês procuram ver...
E o ser humano é tão desprezível para ver a alma de uma mulher... 
Talvez uma grande e única mulher, que procura criar uma personagem, um escudo, um Gênio, seja do bem ou do mal ou um tabernáculo de proteção... Para não mostrar que um dia, essa mulher cai, chora, é sensível, quer carinho, colo... Quer proteção.
E que até os rochedos sólidos como Eu, sofrem a erosão do tempo e precisam que sejam cuidados, LAPIDADOS PELO AMOR...
Nesse instante, calo o eco proferido em falácias..
Rendo-me...
Sou apenas Eu, mulher, menina... Não me julgues, apenas cuide de mim...


                                                                              Por DANY ROCHA 13/09/2013

domingo, 15 de setembro de 2013

ORGULHO FERIDO


Lembro o que fui dantes
Amiga fiel, mulher, talvez até amante.
Lembro que fui flor...
Depois apenas dissabor.

Nas idas e vindas
Fui palavras carinhosas,
Fui por certo,
Muito querida.

E agora não me vês
Sou esquecida,
Talvez uma mulher entristecida...

Nessa ânsia de ser sozinha
Prezo-te... Sou orgulho ferido,
Porém... Tua poesia...



        By  DANY ROCHA 27/01/09.

QUERIA QUE VOCÊ SOUBESSE: Um desabafo poético no meio do nada.





Encontrava-me angustiada e sem perceber rabiscando o papel, começava a dar corpo ao que seria uma nova poesia...

“Dita-me em lamúrias, teu Eu inconstante.
Subscreve em versos a resposta que preciso
Quão esplendida admiração!
Num trágico momento, perdeu-se então”.

Chega! Recuso-me continuar escrever.
Talvez devesse parar de vez.
Parar de brincar de escritora...
Ultimamente venho sendo emotiva demais e quando menos espero estão expostos trechos fragmentados de minha vida. O que dantes causava-me um prazer incondicional, hoje se tornou apenas deletérios. Meus escritos fizeram-me um ser nostálgico e infinitamente triste. Se eu passava horas lendo, me deleitando aos pensamentos de Nietzsche e dos mestres menores, agora percebo que a cada frase interpretada leva-me a mais profunda melancolia. Parece que aos poucos me fechei numa redoma insólita, onde ao fundo só existe a melodia do Maluco Beleza misturada na inconstância de Baco.
Estou perdida dentro de mim mesma, nem sei ao certo o que sinto, mas estou deveras depressiva. Isso tem me torturado bastante. Vago a madrugada insone procurando entender meu interior. Não encontro respostas.
Shakespeare já dizia: “... Nossas dúvidas são traiçoeiras e nos fazem perder o que com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar”. Ele tem toda razão. Arriscar! Eis a questão. Sinto-me insegura. Tenho medo de correr riscos. Medo de machucar meu ego outra vez. Talvez um gesto, por mais simplório que seja ou um monossílabo insignificante para muitos, amenizasse as asperezas deste coração inconsequente...
Empenho-me em um silêncio torturante que defino inútil, já que por inúmeros momentos sobe-me pela garganta palavras que de súbito contenho por medo de uma reação constrangedora. Nem sei se estou sendo justa com tal afirmação, se for contraditória, perdoe-me. Vejo-me acovardada pelo extremismo das atitudes e isso me causa uma dor dilacerante em todo meu ser. E se é assim, prefiro calar-me, contemplando minuciosamente cada gesto, cada sorriso, cada ação, pelo canto dos olhos que não conseguem fita-lo de frente.
Envolvo-me novamente num denso e mórbido silêncio que cala não somente meus lábios, mas emudece toda minh'alma. Sei que não sou santa, você também não é nenhum anjo, cada um com seus defeitos e rindo vou levando a sério, calada... Dizem que os critérios existenciais contextualizam que o silêncio em muitas ocasiões é sabedoria, e que o tempo é o melhor antídoto para as enfermidades da alma. Então vou me enganando, cada um com sua vida, ficarei aqui, quieta, imóvel no meu canto. Asfixiando-me.
Minhas chagas não cicatrizaram como eu imaginava e nelas ainda sufoco o vazio, as incertezas de um ser melancólico e amargurado de saudade que o tempo não apagou de mim, criando uma protagonista oposta ao que um dia eu pude ser. Uma pessoa que o escudo de proteção rompeu e desmoronou toda a fortaleza que existia, num momento não muito distante.
A mulher forte e determinada cedeu espaço a carência e fragilidade, talvez até de uma pessoa desprezível, já que é perceptível o total afastamento e não há nada que se faça para modificar a natureza dos fatos. E mais uma vez eu estava vencida. Deprimida em versos tristes, muitas vezes recheados de paixão. Na imensidão noturna, percorrendo os sombrios cômodos da casa, entre um cigarro e uma taça de vinho, sempre alterando o sabor entre o branco e o tinto, minha vida passava como um flashback. Eram reminiscências... Épocas felizes, conversas banais que me abarrotavam de alegrias, assuntos sérios, outros nem tanto. Enfim... Sem perceber o pranto já cobria todo o meu semblante triste, fazendo-me parecer uma criança insana, perdida.
Infeliz madrugada em si. O abandono, não o de corpos, mais o de sentimentos, mesmo os mais ínfimos existentes para alguns.
Em 2004, fui presenteada por uma amiga com uma coletânea de frases filosóficas que me levou ao contato com essa atmosfera utópica de pensamentos, tornando-me adepta a esse tipo de leitura.
Parafraseando o sábio alemão: odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer à verdadeira companhia. Creio que por tanto gostar, os deuses resolveram presentear-me ao “pé da letra”. Ironia? Castigo? Talvez não. Nada é por acaso nessa passagem terrena. É um grande desafio detalhar em pormenores a essência de um individuo como faço comigo nesse instante, expondo minh’alma de maneira verdadeira, sem personagem, sem máscaras, sem rodeios. Sei que estou me mostrando frágil, porém não necessito de uma personalidade inverossímil, nem tão pouco ser uma réplica de mulher ideal. Primo pela verdadeira essência do ser. Assim, simplesmente... Sem ditar regras pré-estabelecidas por uma sociedade mesquinha a qual faço parte. Quero poder fazer, ser, dizer o que penso, vivendo sem medos e criando meus próprios métodos de sobrevivência, minhas próprias arbitrariedades. É se na vida tudo requer tempo, seguirei... Mas deixando óbvio o apreço que te dedico como uma reles mortal, em lealdade, carinho e admiração. Sempre!


                                                                                                By Dany Rocha  25/03/09

IDENTIDADE























Florbela ou Amélia?
Diria se soubesse.
Uma suicidou-se,
Outra morreu por amor.
Quem seria eu então?
Nas vertentes às sigo... Admiro!
Não vivo, mas também não morro
Mas minha vida é um estorvo
E fico a pensar...
Não posso imaginar
Que figurino usar
Para me basear
Naquela que não sou...
Sofrer por amor,
Viver a sonhar, 
Ter uma vida frenética...
Ao mesmo tempo inerte.
Transcender. Dar continuidade.
Ter personalidade.
Mesmo que perdida.
No ápice d’alma sofrida
Só o tempo dirá...
Florbela ou Amélia
Em uma delas vou
Me achar!  

    By Dany Rocha  10/02/09

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PRA SER SINCERA























Enevoada tarde que hoje finda...
Sentimentos de ilusões fraternas.
Resquícios de amizade eterna...
Dúvidas e lamúrias estranhas.

Que atitude, sensata tomar?
Se não há espaço pra contestar.
Não há nada.
Só um vago olhar...

Foste só um alguém, 
Que quase sem perceber, deste-me a vida!
Deste-me a esperança, perdida.
E logo, a tiraste com desdém...

Palavras são fortes aliadas.
Mudam toda uma existência.
Não julgueis pela insensatez...
Elas causam dependência.

Não! Fugir da eloquência?
Parecer fraca e inconstante...
Não... Usarei
de sapiência...
Pois fingir, não é minha essência...


                                By Dany Rocha  10/02/08.

PARA UMA PEQUENA AMIGA


Sempre me pedes para desabafar no papel.
É o que faço agora... Entre esferográficas, papeis avulsos...
Escrevendo em frente ao note book, desolada...
Tentando, insanamente... Desabafar...
Incrível, a primeira noite que passei sem ele, nem dei por conta,
Ignorei, achei que ele queria tirar o fardo que sou.
Mas, amiga, está sendo difícil...
Porque eu tinha todo o apoio moral dantes.
Achei que tinha uma existência... Traumas perdidos...
Agora só sou eu, sozinha...
E quão estupenda é essa solidão sem corresponder
Aos apelos de uma investida de ânimo...
Estou vencida... No fim da exaustão.
Sabes... Um grande amor, não é assim que se desfaz.
Viver de mentiras, fingir que não dói, dói muito!
Durante o dia os sorrisos que disfarçam,
As nossas divergências... Insólitas...
E agora assim, distante nem tenho forças pra viver.
Precisava de uma chance.
Estou a nocaute! Escrevo para sobressair o ócio.
Nessa casa tão vazia, tão grande... De solidão.
Para sobreviver o amanhã... Entende?
E o que no amanhã teremos?
Se nem temos forças para levantar?
Minha cama tornou-se minha segunda alma.
Nela convivo com a maior parte de minha existência,
Digo, dos dias que não correspondem ao que necessito.
Mas fico nela... Tudo subverteu ao amor.
Atônita... Pensativa e saudosa...
Com companheiros geniais e histórias inverossímeis, passo maior parte do tempo.
Luisa, Bilac, Shakespeare, Florbela, Victor Hugo, Camões, Nietzsche, Alencar, Lorde Byron…
São os flashes backs que tenho de alegrias vividas.
E ao som de Raul Seixas, Los Hermanos, Beathes, Zé Ramalho, Renato Russo,
Tenho um pouco de nostalgia satisfatórias ao ego machucado.
Meus raios de luz... Brilhando... Oscilando, amiga!
Entre o desejo e a paixão perdida.
Entre as bibliografias dos mestres...
Eu sei! Não pode ser dessa forma...
Os brilhos da paixão não mais me pertencem,
Se estiver bem ou ruim, não mais o interessa...
Sou como um poeta que morre... Reverenciado, mas esquecido...
Não quero ser um ícone pop como Michael Jackson,
Idolatrado depois da morte...
Quero o reconhecimento ainda presente.
Que vale a existência então?
São reminiscências que não mais olvides...
Se lembrares de mim é com desprezo.
Trocado de uma condição que não mais o tenho.
Desprezo de um amor unívoco, capaz e talvez nunca dantes encontrado...
Amiga... Nessa solidão, lembrei de falar-te.
Foi assim, a nossa história de amor. Tórrida, caliente, verdadeira...
Que consequentemente...
E triste... E como tantas outras vividas por anônimos...
Simplesmente... Acabou!                
                                                                                                By dany rocha 15/07/09.


domingo, 7 de julho de 2013

REMINISCÊNCIA DE UMA FACULDADE

"Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!  (OLAVO BILAC)"

Revirando uns escritos dos tempos de faculdade, encontrei uma pasta no meu computador que revelava alguns momentos  vivenciados ao longo de minha formação acadêmica.
A priore, observei cada trabalho, cada fotografia registrada, e por segundos senti-me reportada a antiga sala de aula da  Universidade Estadual do Piaui - UESPI, onde passei quatro anos de minha existência...
Deparei-me a um texto, proferido na missa de colação de grau, por minha pessoa. Reli cada parágrafo. Ao instante que meus olhos fitavam a tela, lágrimas sorviam sem nenhuma explicação em minha face... Reminiscências... Saudosismo? Nem sei...
Não sendo demagoga, mas percebi o quanto tudo aquilo fora importante para meu crescimento pessoal. Os embates belicosos ao longo dos temas discursivos nas aulas, as algazarras, as alcunhas proferidas entre nós aos colegas e, às vezes, até comportamentos ignóbeis, inadmissíveis à acadêmicos... Eram e são momentos inesquecíveis, até a hora de seu fenecimento.
Hoje, tempos depois, cada um tomou seu curso de vida própria. Amigos mudaram de cidade, outros perderam simplesmente o contato, alguns mesmo sem muita afinidade de outrora, ainda se fazem presentes nas redes sociais... Outros, preferiram o afastamento... E é nessa gangorra de desencontros que retomo esse texto para reviver o que uma família, digo pois, éramos uma família  com desencontros, medos, incertezas, "picuinhas" entre outros, vivendo até a nossa formação em Letras Português. Esse texto é para vocês, amigos inesquecíveis e docentes que contribuíram quão significantemente para a formação de novos profissionais.

"Hoje, foi questionado o porquê do nome de nossa turma: ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO, INCULTA E BELA. Pois bem, resolvi responde-los.
O que é Flor do Lácio?                
A expressão "Última flor do Lácio", inculta e bela" é o primeiro verso de um famoso poema de Olavo Bilac, poeta brasileiro. Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim (Língua indo-européia , primitivamente falada no Lácio, antiga região da Itália, e, paulatinamente, em todo o império romano, e cuja existência está documentada desde o séc. VI a. C.). O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela. Contudo, particularmente eu prefiro ver o termo inculto como algo a ser cultivado, recriado linguísticamente falando, acredito que seja menos normativo e mais poético.
Quatro anos se passaram... E nesse tempo todo, frente à universidade, entramos meninos e saímos "Gente grande". Lembro-me do primeiro dia de aula. Eram tantas ilusões, tantas expectativas... Todos se entreolhavam sem entender “buiufas” o que o professor com sua metodologia acadêmica dizia...
Sinais dispersos pelo ar, sinais de confusão e como diz nosso amigo GERSON FÈLIX, sinais de burridade mesmo...
Ao chegar em casa, era uma pilha de livros e apostilas que tomava espaço de nossa cama e de todos os cômodos da casa. Olhavamos meio desconfiados a tudo, a linguística era pior que grego!
.Queriamos ao menos começar a ler, ou entender os conteúdos exigidos pelas disciplinas. Contudo, nossa bola craniana dançava em um ritmo alucinógeno, ouvíamos as concepções! Mas, quase não entendíamos nada...
O que restávamos a fazer era ir beber em baixo da mangueira, lá surgia muitos artistas. Poetas, escritores, atores e coadjuvantes de um futuro bem promissor a todos nós.
Os blocos se passavam, os grupos se definiam, cada um querendo sobressair-se aos demais. E como nós sobressaiamos...
Prova disso foram nossos recitais e o  4º Simposio de literatura, linguagens e inclusão social. Estava concretizado! Agora não mais amigos de sala, mas irmãos, e como toda família que se preze, com brigas e discussões também.
Eram estudos afins, provas, seminários, estágios e reclamações para nossa querida RITA MÃEALVES.
Tínhamos que dar conta! Final de bloco de faculdade, final de bloco de superação, Monografia, final de bloco da ilusão... Era agora a realidade, nosso futuro estava selado. Tudo confuso... Tudo na contramão.
Tínhamos que terminar nossos afazeres!
O mais difícil, era não poder argumentar das discordâncias de algumas matérias, afinal um letrado, não possui amigos que comunguem as mesmas ideias fora do meio acadêmico, pois nosso curso culturalmente elitizado, digamos assim é um dos mais humanizados.
 E assim, finda-se um ciclo e como todos os ciclos ao término,corresponde ao início de uma nova história. Uma reprise de fatos que inutilmente se refaz... E ciclos vão e vem, eclodem em utopias vãs deixando saudades.
Lembranças de momentos unívocos, de esperanças e sonhos... Atitudes impensadas e gestos por fazer. E falta nesse justo instante traiçoeiro, a coragem... a coragem de dizer que valeu demais!!!
A discrepância de ações, desencontradas, perdidas. Olhares atônitos, desejos ocultos e arrependimentos tardios em entender que um único e simples gesto poderia mudar toda uma situação.  A névoa da mágoa ou as frases frias... Não sabemos. Hoje ao ler esta homenagem, agradeço pela turma, a cada um que passaram em nossas vidas.
A Aninha que no inicio era quase uma turista, por conta de sua outra faculdade; A Ana Paula pelas lágrimas de caixa d’agua; A angélica por seu jeito zangado, mas apaixonado; A Lili por ser nossa Barbie; A Eliane por ter fabricado 02 crianças ao longo do curso, (nossos mascotes); Ao Eliomar nosso músico; A Elyne por sua alegria sargaz; Ao Emersom pela sua incredulidade; Ao Fabrício por sua gentileza; Ao Gerivaldo nosso Objeto direto; Ao Gerson por sua "ferronia imaginética"; A Gilmara nossa Sagarana; A Iara por sua competência; A Janaira por ser fashion; A Joyce por sua sensibilidade; Ao Kleber pelo esforço; A Laiane Leal pelo conhecimento cinematográfico;  A Laiane Fontinele pelas gaiatices; A Leidevania nossa voz locutora; A nossa Personal Luiza Erondina; A meiguice de Luma; A Amparo por sua autenticidade; A concursada do maranhão, Remédios; A Gleice pela sua ponderação; Ao Marivaldo por sua irreverência; A Nathalee por seu romantismo; Ao Daniel por suas escritas; A Nayara pelo rock; A Patricia pela superação; A nossa Top Maria Mendes; Ao Marcos pelas discordâncias; A Gessiane pelo sorriso; A Karoline e Leonara, nossas advogadas; Aos novos amigos, Adiula, Martinho, Benedito, Jonas e Inaldo por fazer parte desta grande família.
Hoje não é um dia triste, ao contrario conseguimos vencer, cada um do seu jeito.
Compreendemos neste instante, que ao longo do convívio, pessoas são diferentes. Atitudes são diferentes. Sonhos são diferentes. Sentimentos são diferentes...
ama-se diferente! E é o ponto: amar. Amar diferente, amar tardiamente... Amar somente. Amar simplesmente!" Parabens a turma : A ULTIMA FLOR DO LÁCIO, INCULTA E BELA!!!!



                                                   
 Homenagem proferida pela formanda Danielle Rocha na missa de formação de grau da turma de Letras Português da Uespi.


                                                                                      By Dany Rocha 07/07/2013.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

“A Borboleta em flor”



Um poema esbarrou em mim esta manhã.
Não um poema de versos, ou coisa que se escreve assim em dias em que sentimos a necessidade em fazer gritar a alma...
Não lições ou pensamentos restritos acumulados pela solidão e dor.
Um poema mais que perfeito sondou meu corpo físico.
Solto ao vento como se a mágica buscasse um pouco de sensatez para começar o dia.
Um poema povoou minha existência, começou de mansinho e se instalou naquilo que meus olhos testemunhavam.
Começou por um silêncio quase que mortal, chegando à menina dos meus olhos em dia cálido...
Um poema sem palavras inquietou meu caminho. Seguiu-me desde o começo até a trajetória finda.
O dia acordava para a vida, para o existencialismo. Ouvia os passos apressados, o burburinho das pessoas, que olhavam e seguiam... 
Mais um dia!
Neste instante, percebi que o poeta não precisava de uma folha de papel para escrever suas estórias, bastava observar a beleza simplória deste poema inacabado, como a borboleta que me seguiu e que ao longe carregava em suas patas uma pétala da mais linda flor dos muitos jardins.
Percebi que na vida tudo tem um motivo, que não devemos desistir.  Apenas mostrar para outros como seguir novamente. 
De ventura, e em que uma noite se aclara quando a solidão não tem mais fim, a borboleta cansou e desistiu da pétala, como se buscasse um novo recomeço. 
Desistiu da pétala... 
Que por fim deixou-a cair em minhas mãos...


 por DANY ROCHA

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

SEGUIR VOCÊ



Seguirei...
Inconsciente das questões do amor.
Seguirei em rastros, cansada, frígida...
Contemplando unicamente meu doce dissabor.
E como quimera ilusão, que queima, arqueja e fraqueja no meu pobre coração,
Mesmo assim, te seguirei...
Sentindo-me frágil e forte, doando-me, esquivando-me da vida ou da morte, nessa tão injusta aos adoradores da sorte, do mundo obscuro que plumaste a mim.
Seguirei...
O destino nefasto, o riso, o pranto, a dor, talvez o desatino e a própria desordem,
Desses olhos tristes e inquietos que são teus, destes teus anseios que usar-te como suporte,
E desse modo inconstante de menino que finge e reluta...
Seguirei...
A bruma reluzente, o beijo amargo e estridente, a desilusão do declarmar em noite lunar inconsciente que mesmo insano foi simplesmente um declarar.
Olhos nos olhos atônitos, boca vazia de vocábulos... E o ambiente passou a ser testemunha de uma platonicidade... Minha talvez.
Seguirei...
Os rumores de tua vida vazia, ostentada e ausente. As declarações de vida, a confiabilidade, o estorno... O abandono depois, veemente...
Lealdade mais que fidelidade insistente, o suporte, o menino- homem somente.
Nessas madrugadas frias que te tinha tecnologicamente e que depois se concretizava num sonho dionisíaco...
Seguirei...
E a cada dia que por encantamento beirava os afazeres para ir ao teu encontro e passar noites a fio em tua companhia infante, surgem às dúvidas, lamúrias e confissões...
Foste só e desnudo de uma armadura que somente eu conheci.
Foste como um rio que corre na nascente, e ao final desemborca no mar do consciente.
Seguirei meu caminho... E seguirei o teu.
No mais puro silêncio que transporta toda a imensidão de um coração que sofre.
Verei tuas jornadas agraciadas, teu sucesso, tuas reverenciações...
Verei teu brilho não ofuscado que no fundo se mancha de insólitos desejos obscuros...
Verei teu êxtase, como vi um dia. Mesmo que inanimado...
Agora, te seguirei...
Terei reminiscências de outrora, de nossas vidas, do brilho de nosso amor na aurora,
De um passado esquecido, porém vivido e de futuros banais.
Segurei teus passos de mansinho...
Em cada ambiente alcoólico, em cada copo de colarinho, dessa loira alucinógena ou do sulco da uva branca em que as rolhas eram colecionáveis...
Tentarei resgatar tuas lembranças, teus gostos, tua esperança, presença inoportuna em meus pensamentos...
Trajetórias insuetas, relutâncias de carinho... Duelo!
É como num fogo cruzado, que vive mascarado em um centímetro de uma “personagem” atrás de mim... Bem próximo... Ruas, avenidas, alamedas... Não... Próximo demais... E acreditas que a ama.
Por isso te seguirei...
Vou te proteger de longe... Pobre expectador.
Personagens são apenas “personagens”... No palco da vida, não são artistas a existência toda...
Protegerei-te disso e te amarei mais ainda, mesmo a distância...
No orgulho, no dissoluto, no desejo reprimido de um homem por sua mulher.
Ignóbeis!
No odiar por lembrar que uma mazela... Pôs tudo um fim...
Desfaleço...  Esqueço e ponho uma reticência nesse final... Sem mais apenas simplesmente escrevo.
E é por isso que te seguirei...
E seguindo, quem sabe, se no fim dessa jornada não te encontro?
Retornarei meu ócio e sorrindo entoarei um cântico: “Seguir-te-ei a vida toda e por fim te resgatarei!”


POR DANY ROCHA 04/01/2013