Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

domingo, 17 de julho de 2011

alma em FLOR...




FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

( Livro soror saudade de Florbela Espanca)

Quem não conhece esta melodia? Musicalizado por Raimundo Fagner, cantor cearence? Sim, essa música é uma poesia!
A poesia de Florbela tem sido cantada por alguns dos grandes intérpretes da canção. Destacam-se Teresa Silva Carvalho e Luís Represas, dos Trovantes, em Portugal. No Brasil, Fagner, cantor e compositor brasileiro, que musicou seu poema "Fanatismo".
Paralelo a ele, me atrevo a citar um dos poemas que adoro.... e que foi fonte de inspiração de pesquisas, entre ela, a que me definiu pelo tema de minha monografia no curso de Letras.



Amar
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... Além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!......
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... Pra me encontrar...

Permita-nos a esta leitura a respeito do poema Amar de Florbela Espanca:
Procurar... Procurar.. e  não  encontrar ninguém... Existe uma tentativa de encontrar, de amar, que fracassa... a bela Flor , parte para outra busca, desejando amar AQUELE que não encontra na plenitude, fazendo necessário amar toda gente. A conquista do outro não acontece pelo simples prazer de seduzir, mas pela necessidade de ser amada: Aqui ou além...
 Não basta a necessidade da vida, de compartilhá-la: A ânsia e imensa, pois o amor reprimido é motivo da existência. Flor vive... Ama... Existe...
 Amar sem ser amada é viver pela metade, e esperar a morte: Não és sequer a razão do meu viver, pois, que tu és já toda minha vida!
Uma flor necessita de sombra, sol e água para manter-se bela em seu jardim.
 O amor é um tão vital, para a plenitude dos desejos, assim como a sombra e tão essencial quanto o sol para viver. E desta forma existirá uma flor... Bela! Como todas as flores MULHERES em nosso mais íntimo ser....

Biografia:

Poetisa portuguesa, natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antônia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, “de uma doença que ninguém entendeu”, mas que veio designada na certidão de óbito como nevrose. Registada como filha de pai incógnito, foi, todavia educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registrado da mesma maneira. Note-se como curiosidade que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa, por altura da inauguração do seu busto, em Évora, e por insistência de um grupo de florbelianos, a perfilhou.
Estudou no liceu de Évora, mas só depois do seu casamento (1913) com Alberto Moutinho concluiu, em 1917, a secção de Letras do Curso dos Liceus. Em Outubro desse mesmo ano matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que passou a frequentar. Na capital, contatou com outros poetas da época e com o grupo de mulheres escritoras que então procurava impor-se. Colaborou em jornais e revistas, entre os quais o Portugal Feminino. Em 1919, quando frequentava o terceiro ano de Direito, publicou a sua primeira obra poética, Livro de Mágoas. Em 1921, divorciou-se de Alberto Moutinho, de quem vivia separada havia alguns anos, e voltou a casar, no Porto, com o oficial de artilharia António Guimarães. Nesse ano também o seu pai se divorciou, para casar, no ano seguinte, com Henriqueta Almeida. Em 1923, publicou o Livro de Sóror Saudade. Em 1925, Florbela casou-se, pela terceira vez, com o médico Mário Laje, em Matosinhos.
Os casamentos falhados, assim como as desilusões amorosas, em geral, e a morte do irmão, Apeles Espanca (a quem Florbela estava ligada por fortes laços afetivos), num acidente com o avião que tripulava sobre o rio Tejo, em 1927, marcaram profundamente a sua vida e obra. Em Dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, Florbela morreu em Matosinhos, tendo sido apresentada como causa da morte, oficialmente, um «edema pulmonar».
Postumamente foram publicadas as obras Charneca em Flor (1930), Cartas de Florbela Espanca, por Guido Battelli (1930), Juvenília (1930), As Marcas do Destino (1931, contos), Cartas de Florbela Espanca, por Azinhal Botelho e José Emídio Amaro (1949) e Diário do Último Ano Seguido De Um Poema Sem Título, com prefácio de Natália Correia (1981). O livro de contos Dominó Preto ou Dominó Negro, várias vezes anunciado (1931, 1967), seria publicado em 1982.
A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico. Simultaneamente, a paisagem da charneca alentejana está presente em muitas das suas imagens e poemas, transbordando a convulsão interior da poetisa para a natureza.
Florbela Espanca não se ligou claramente a qualquer movimento literário. Está mais perto do neo-romantismo e de certos poetas de fim-de-século, portugueses e estrangeiros, que da revolução dos modernistas, a que foi alheia. Pelo carácter confessional, sentimental, da sua poesia, segue a linha de António Nobre, facto reconhecido pela poetisa. Por outro lado, a técnica do soneto, que a celebrizou, é, sobretudo, influência de Antero de Quental e, mais longinquamente, de Camões.
Poetisa de excessos cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX.
 
 BY DANY ROCHA 17/07/11.

domingo, 10 de julho de 2011

AMOR IN -VIRTUAL


Mas uma noite, frente a essa máquina quase humana...
O sono que não vem, explodindo em eternidades de lembranças quase inusitadas...
São freqüentes minhas reminiscências...
É quase que angustiante o frio que percorre a espinha... E a alma...
A falta que você me faz, a saudade que entorpece meu coração machucado.
Não entendo os motivos que te fizeram desistir de mim, de nosso amor, de uma vida que estava apenas começando...
Sinto ainda teu cheiro pelo ar, me envolvendo como névoa ardente, a cada instante que fitava meu olhar...
Mas você decidiu ir...
Decidiu desistir de nós...
Por quantas vezes falei por entrelinhas...
- Não me deixe... Preciso de você!
Mas você, não compreendeu os momentos mágicos que passamos um ao lado do outro...
Cada melodia sussurrada ao pé do ouvido era como se um universo de expectativas, tomasse novamente conta de nossos corações...
O que me conforma, é que apesar da distância... Continuamos juntos...
Virtualmente para nos era real...
Era forte e sincero...
E outrora me pego pensando no poema de Camões, tão bem lapidado e declamado:
“Amor é fogo que arde sem se ver...
É ferida que dói e não se sente...
É um contentamento descontente...”
Nesse momento de reflexão, posso achar-te em meus pensamentos, agora mais que nunca, por que sei que de certa forma, em algum lugar estais olhando a mesma lua que eu, estais a pensar.. Nos mesmos projetos que eu... E estais ai, sozinho como eu, sempre!
Esperando a mulher que te completa como eu...
ou deliciando-se com o vinho, que nos entorpece
e aflora nossos desejos...
Deixa-me falar em teu silêncio,
Deixa-me fitá-lo em meus pensamentos,
Deixa-me beija-lo em um sorriso ou ama-lo sem consentimento..
Deixa-me sobreviver ao tempo,
Que as mágoas que existirem não virem lamentos.
Temos uma vida inteira...
Temos um oceano de possibilidades, temos o mundo!
Temos um sentimento, grande e profundo,
Temos tudo e ao mesmo tempo não temos nada...
Só o amor, sentido e vivido que acalma, resplandece e a cada dia se fortalece pela ausência, pela dor... Qual pela saudade de não poder mais vivenciar plenamente essa nosssa história ...

                         By Dany Rocha

TEATRO DE MARIONETES

Na luz acessa do espetáculo...
De repente meu mundo acabou.
Em meio à glória renascente,
Sorrisos contentes, tudo tão perfeito...
O objetivo alcançado, aplausos animados...
De repente meu mundo acabou.
O palco fechou.
O artista enebriou-se com fumaça algoz.
A serpente... Efêmera dor... Ausente...
Questionava, insistia e o artista em agonia...
De repente meu mundo acabou.
Num ímpeto, quase tudo explicou...
Sentidos... Incompreendidos...
O espectador a ouvidos... Não!
Demente ser... Sofrer por sofrer.
Que víbora insana,

Nem sabe se ama,
Destrói por prazer.
De repente meu mundo acabou.
E agora? Como vai ser...
Isolado o ser
Por certo, a perecer,
O artista chorou...
E eu sem saber
Se vivo ou se morro,
Na vida esse estorvo,
Meu mundo acabou!
A luz apagou...
                                
                      DANY ROCHA 17/11/08.







Lucíola:A ambigüidade psicológica da mulher em Alencar.

Lucíola fora uma cortesã de luxo do Rio de Janeiro no século IX que se enamora por Paulo, um rapaz do interior que veio para a capital, conhecer a Corte. Na primeira vez que Paulo viu Lúcia, julgou ela como meiga e angelical, mesmo sendo advertido sobre sua promiscua profissão, Paulo manteve-se enamorado pela imagem terna daquela deusa. Descobrindo sua casa, Paulo foi visitá-la, e sendo as circunstâncias favoráveis, ela entregou-se a ele como no mais belo ato sexual de amor. Depois disto, Lúcia passou a ser vulgar e mesquinha, desprezando o amor de Paulo, bem como havia dito Couto, amigo de Paulo, a respeito dos modos da moça.
 Paulo então viu Lúcia com outros homens, como Jacinto, e sentiu ciúmes, mas Lúcia justificou alegando ser ele apenas um negociante. Em uma fes,ta,em que todos estavam ébrios.notabilizou-se que as paredes havia quadros de mulheres nuas, e como Lúcia era uma prostituta, a pedido - e pagamento- dos cavalheiros, ela ficou nua diante de todos.
 Para Paulo, aquela não era a imagem que ele havia visto na casa e na cama de Lúcia. Esta era repugnante e vulgar, aquela bela e fantástica mulher não era Lúcia que ali estava, àquela jovem meiga que conhecera, e sim Lucíola, a prostituta mais cobiçada do Rio de Janeiro. Então Paulo retirou-se, alegando que já havia visto paisagens melhores.
Lúcia arrependeu-se do que fez e eles se reconciliaram.
Paulo a amava desesperadamente de forma bela e pura, Lúcia em seus conturbados sentimentos, decidiu então dedicar-se inteiramente a esse amor para que sua alma fosse purificada por ele. Então vendeu sua luxuosa casa e foi morar em uma simplória residência, com se isso fosse um apelo cordial entre seus pecados em sua vida atual.. E contou a Paulo sua história:     
 Seu nome verdadeiro era Maria da Glória e, quando em 1850 houve um surto de febre amarela, toda sua família caiu doente, do pai à irmãzinha. Para poder pagar os medicamentos necessários para salvá-los, Lúcia deixou-se levar por Couto, a quem depois, ela passou a desprezar profundamente. Nessa época ela tinha 14 anos, e seu pai, ao descobrir, a expulsa de casa. Ela fingiu então sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu, assumindo sua identidade.
Agora, com o dinheiro que conseguia, pagava os estudos de Ana, sua irmã mais nova. Paulo ficou muito comovido com a história de Lúcia. Ele sempre a visitava e numa noite de amor ela engravidou, mas adoeceu. Lúcia acreditava que a doença era devido ao fato de seu corpo não ser puro. Confessou seu amor a Paulo e que pertencia a ele. Queria que Paulo casasse com Ana, que tinha vindo morar com eles. Paulo recusou-se assim como Lúcia também recusou o aborto. E por isso ela morreu.
Após 05 anos, Ana passou a ser como uma filha para Paulo, que a amparava. E 06 anos depois da morte de Lúcia, Ana casou-se com um homem de bem e Paulo continuou triste com a morte do único amor da sua vida.
Lucíola é um romance urbano, em que Alencar transforma a cortesã em heroína, que purifica sua alma com o amor de Paulo. Ela não se permite amar, por seu corpo ser sujo e vergonhoso, e ao fim da vida, quando admite seu amor, declara-se pertencente a Paulo. É a submissão do amor romântico, onde a castidade se torna valorizada.      
Percebe-se também uma crítica social e moral ao preconceito. O romance causou comentários na sociedade. Paulo se viu dividido entre o amor e o preconceito. A atração física superou essa barreira, mas até o final ela se sentia indigna do amor de Paulo e do sentimento de igualdade que deveria existir entre os amantes. Atualmente, alguma menina se corrompe ao dizer que são meras Lucíolas, por amor? Guardiãs do desejo e da luxuria, nós mulheres somos um pouco de Lucíola, e a meu ver Lúcias quando nos apaixonamos.

                                                                     By Dany Rocha

domingo, 3 de julho de 2011

LEMBRANÇAS...


Estando longe ou perto,
Ainda sinto o cheiro...
Exalando do teu corpo,
Bem próximo ao meu.
Sinto teu sorriso,
Ao contar velhas
Historias de vida...
Sinto em teu olhar,
Muitas vezes, a ditar
Mensagens que finjo
Não compreender...
Faço um carinho
No dorso dos teus pés
Relaxo-te, em fim...
Deixo-te ser único
E viajas em meus olhos
Quando falas.
Fito-o longamente...
És mistério, ternura, carinho,
Cumplicidade que nos une
Num só.
Como dois, somos nós.
Mais completos, singulares,
Sós...
                                               
                                               By Dany Rocha