Minha caneta é o cano de minha arma, porém minha escrita é meu único escudo”. DANY ROCHA

domingo, 10 de julho de 2011

Lucíola:A ambigüidade psicológica da mulher em Alencar.

Lucíola fora uma cortesã de luxo do Rio de Janeiro no século IX que se enamora por Paulo, um rapaz do interior que veio para a capital, conhecer a Corte. Na primeira vez que Paulo viu Lúcia, julgou ela como meiga e angelical, mesmo sendo advertido sobre sua promiscua profissão, Paulo manteve-se enamorado pela imagem terna daquela deusa. Descobrindo sua casa, Paulo foi visitá-la, e sendo as circunstâncias favoráveis, ela entregou-se a ele como no mais belo ato sexual de amor. Depois disto, Lúcia passou a ser vulgar e mesquinha, desprezando o amor de Paulo, bem como havia dito Couto, amigo de Paulo, a respeito dos modos da moça.
 Paulo então viu Lúcia com outros homens, como Jacinto, e sentiu ciúmes, mas Lúcia justificou alegando ser ele apenas um negociante. Em uma fes,ta,em que todos estavam ébrios.notabilizou-se que as paredes havia quadros de mulheres nuas, e como Lúcia era uma prostituta, a pedido - e pagamento- dos cavalheiros, ela ficou nua diante de todos.
 Para Paulo, aquela não era a imagem que ele havia visto na casa e na cama de Lúcia. Esta era repugnante e vulgar, aquela bela e fantástica mulher não era Lúcia que ali estava, àquela jovem meiga que conhecera, e sim Lucíola, a prostituta mais cobiçada do Rio de Janeiro. Então Paulo retirou-se, alegando que já havia visto paisagens melhores.
Lúcia arrependeu-se do que fez e eles se reconciliaram.
Paulo a amava desesperadamente de forma bela e pura, Lúcia em seus conturbados sentimentos, decidiu então dedicar-se inteiramente a esse amor para que sua alma fosse purificada por ele. Então vendeu sua luxuosa casa e foi morar em uma simplória residência, com se isso fosse um apelo cordial entre seus pecados em sua vida atual.. E contou a Paulo sua história:     
 Seu nome verdadeiro era Maria da Glória e, quando em 1850 houve um surto de febre amarela, toda sua família caiu doente, do pai à irmãzinha. Para poder pagar os medicamentos necessários para salvá-los, Lúcia deixou-se levar por Couto, a quem depois, ela passou a desprezar profundamente. Nessa época ela tinha 14 anos, e seu pai, ao descobrir, a expulsa de casa. Ela fingiu então sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu, assumindo sua identidade.
Agora, com o dinheiro que conseguia, pagava os estudos de Ana, sua irmã mais nova. Paulo ficou muito comovido com a história de Lúcia. Ele sempre a visitava e numa noite de amor ela engravidou, mas adoeceu. Lúcia acreditava que a doença era devido ao fato de seu corpo não ser puro. Confessou seu amor a Paulo e que pertencia a ele. Queria que Paulo casasse com Ana, que tinha vindo morar com eles. Paulo recusou-se assim como Lúcia também recusou o aborto. E por isso ela morreu.
Após 05 anos, Ana passou a ser como uma filha para Paulo, que a amparava. E 06 anos depois da morte de Lúcia, Ana casou-se com um homem de bem e Paulo continuou triste com a morte do único amor da sua vida.
Lucíola é um romance urbano, em que Alencar transforma a cortesã em heroína, que purifica sua alma com o amor de Paulo. Ela não se permite amar, por seu corpo ser sujo e vergonhoso, e ao fim da vida, quando admite seu amor, declara-se pertencente a Paulo. É a submissão do amor romântico, onde a castidade se torna valorizada.      
Percebe-se também uma crítica social e moral ao preconceito. O romance causou comentários na sociedade. Paulo se viu dividido entre o amor e o preconceito. A atração física superou essa barreira, mas até o final ela se sentia indigna do amor de Paulo e do sentimento de igualdade que deveria existir entre os amantes. Atualmente, alguma menina se corrompe ao dizer que são meras Lucíolas, por amor? Guardiãs do desejo e da luxuria, nós mulheres somos um pouco de Lucíola, e a meu ver Lúcias quando nos apaixonamos.

                                                                     By Dany Rocha

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